A expectativa do torcedor mineiro é a de que a Seleção Brasileira carimbe sua presença nas finais da Copa das Confederações, no ano que vem, e no Mundial, em 2014, jogando no Mineirão. E se depender do retrospecto da equipe na Pampulha, isso é bem possível.

Na estreia no Mineirão, a Seleção já fez história. Nas festividades de inauguração do estádio, dois dias após a vitória de Minas Gerais sobre o River Plate, da Argentina, por 1 a 0, o Brasil encarou o Uruguai.

A Confederação Brasileira de Desportos (CBD) designou o Palmeiras como seu representante, e o Verdão se vestiu de amarelo para encarar a Celeste Olímpica. O jogo entrou para a história como o único em que o Brasil foi dirigido por um técnico estrangeiro.

Na época, o treinador da “Academia”, como era chamado o time palmeirense, que tinha como referência o craque Ademir da Guia, era o argentino Filpo Núñez. E foi ele quem dirigiu o Palmeiras na goleada de 3 a 0 sobre o Uruguai.

Nos anos 60, o Brasil jogou mais seis vezes no Mineirão. As duas últimas partidas desse período são inesquecíveis para os atleticanos. Em 19 de dezembro de 1968, foi o Galo que vestiu amarelo e representou a Seleção num amistoso contra a Iugoslávia.

Com um início arrasador, os adversários abriram 2 a 0 com oito minutos de jogo. Mas o Atlético, que já contava com a base que seria campeã nacional em 1971, empatou ainda no primeiro tempo. Aos 8 da etapa final, Ronaldo garantiu a virada brasileira, ou atleticana, decretando uma grande festa pelas ruas da cidade.

Mas motivo para comemorar a torcida atleticana teve mesmo menos de um ano depois. Três dias após assegurar presença na Copa do Mundo de 1970, no México, fazendo 1 a 0 no Paraguai, no Maracanã, a Seleção Brasileira encarou o Atlético no Mineirão. O jogo era marcado pela rivalidade entre os técnicos João Saldanha e Yustrich, desafetos históricos. E o Galo venceu por 2 a 1, gols de Amauri e Dario, contra um de Pelé.

Em 1975, um momento especial para o Mineirão e o futebol mineiro. Atlético e Cruzeiro formavam a base da Seleção Brasileira na Copa América, que na época não tinha sede fixa e era disputada em jogos de ida e volta. Foram três partidas na Pampulha.

Na mais importante, em 6 de agosto, o Brasil venceu a Argentina por 2 a 1, de virada, com dois gols de Nelinho, em cobranças de falta e pênalti. Dos 13 jogadores usados pelo técnico Osvaldo Brandão, seis pertenciam ao Atlético (Getúlio, Vanderlei Paiva, Danival, Marcelo Oliveira, Campos e Romeu) e seis ao Cruzeiro (Raul, Nelinho, Piazza, Roberto Batata, Palhinha e Dirceu Lopes). O único “estranho” foi o zagueiro Amaral, do Guarani, de Campinas.

Fenômeno faz história contra o maior rival

O primeiro contato do Mineirão com a Copa do Mundo foi em 5 de setembro de 1993. O Brasil brigava para garantir presença no Mundial dos Estados Unidos e encarou a Venezuela no estádio. Como a Fifa não permitia mais torcedores de pé em jogos que organizava, a geral ficou fechada. Mesmo assim, o público foi grande: 62.489 pagantes.

O jogo, disputado no dia em que o Mineirão completava 28 anos, foi fácil para a Seleção. Com 30 minutos, já vencia por 3 a 0, gols de Ricardo Gomes, Palhinha e Evair. Aos 44 do segundo tempo, Ricardo Gomes fez 4 a 0 e deixou o Brasil muito próximo da Copa de 1994.

Nas Eliminatórias para os dois últimos Mundiais, os jogos mais importantes do Brasil, como mandante, foram no Mineirão: os dois clássicos contra a Argentina. Em 2 de junho de 2004, o atacante Ronaldo, que teve o Gigante da Pampulha como primeiro grande palco da vitoriosa carreira, vestindo a camisa do Cruzeiro, voltou ao estádio e fez história.

A defesa argentina só conseguiu parar o Fenômeno com faltas. Três delas foram dentro da área. Pênaltis que o árbitro colombiano Oscar Ruiz marcou e Ronaldo converteu. A festa cruzeirense foi completa, pois o gol de honra dos argentinos foi marcado por outro ídolo azul, o lateral-esquerdo Sorín.

Invencibilidade

A última vez da Seleção no Mineirão não teve o mesmo brilho, mas manteve a invencibilidade diante da Argentina, na Pampulha. Em 18 de junho de 2008, com o técnico Dunga pressionado, o Brasil ficou no 0 a 0 diante do maior rival.

A torcida mineira espera agora dois encontros marcados com a Seleção. Em 26 de junho de 2013, na disputa por vaga na decisão da Copa das Confederações, e em 8 de julho de 2014, na semifinal da Copa do Mundo.

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