Campeão no jiu-jítsu e MMA, "He-Man" agora mira sucesso no ADCC

Wallace Graciano - Hoje em Dia
17/04/2013 às 18:43.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:55

(Luiz Costa)

No final de março, Mauro Celso Santiago, o “He-man”, fez a arena montada no Expominas “pulsar” após faturar o cinturão do MMA Grand Prix. Especialista em jiu-jítsu, o mineiro mostrou sua técnica apurada ao deixar o adversário fora de combate com apenas um minuto de confronto. Agora, ele quer mostrar seu talento refinado em outra modalidade: o submission. E já neste sábado (20), “He-Man” terá de mostrar sua força quando entrar no ginásio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, para buscar uma vaga no ADCC (Abu Dhabi Combat Club Submission Fighting), maior torneio da modalidade do mundo, que neste ano será disputado em Pequim, na China, em outubro. Nada que o assuste.

Segundo “He-man”, conquistar o ADCC é um sonho desde quando começou a dar seus primeiros golpes na “arte suave”, aos 13 anos, uma vez que o torneio reúne a “nata” do mundo da luta. Para isso, aliou seus treinamentos de jiu-jítsu com as técnicas do wrestling, o que o deixou confiante para conseguir carimbar seu passaporte para o torneio.

“Essa competição de sábado será seletiva para o ADCC. Desde novo, é um sonho ganhar esse campeonato e vou com tudo neste ano, pois quero estar lá para representar meus alunos e meu estado. Devo fazer quatro lutas durante o dia. Vou ter adversários complicados pela frente, como o Murilo Santana e o Augusto Ferrari, mas vou para lá para ganhar a vaga”, afirmou o competidor.

Sua preparação para o torneio de submission foi paralela com seus treinamentos para as artes marciais mistas. Segundo ele, esse trabalho foi benéfico para ampliar sua percepção de movimentos e força, além, de obviamente, aprimorar seu preparo físico. Com isso, Mauro Celso vem conseguindo alcançar seu objetivo que é de se tornar um “atleta completo”, ao ter a técnica afiada tanto na luta em pé e no chão.

“Vejo que um trabalho complementa o outro. Tenho um foco que é ganhar o ADCC, mas quero melhorar minha parte em pé, por isso venho treinando boxe e muay thai, para não ser um atleta especialista, mas sim um atleta completo. Claro que chegando próximo aos torneios, foco mais em um, mas vejo que esse trabalho conjunto contribuiu muito para as duas modalidades”, disse He-Man.

Caso consiga a vaga, Mauro nem terá muito tempo de descanso. Ele adianta que já conversou com a organização do MMA Grand Prix e em julho próximo colocará seu cinturão em disputa. E o público pode esperar mais uma grande luta. “Vai ter a defesa do título do MMA Grand Prix em julho. Esse último foi o maior evento que lutei, pois foi com meu público, com meus alunos, minha torcida. Estou me preparando e vou me preparar mais para defender o cinturão e quero dar outro show para eles”, promete o campeão.

Mestre e parceiro

Mesmo durante sua preparação para grandes competições, Mauro não se esquece de seus cerca de 70 alunos. Na Academia Corpore, às margens da Lagoa da Pampulha, o professor repassa seus conhecimentos aos atletas da “He-Man Team”, buscando montar uma equipe forte desde os mais graduados até os novatos. Assim, estabeleceu uma das mais vitoriosas equipes de jiu-jitsu do Estado, cobrando de seus lutadores o mesmo ímpeto que ele tem durante seus treinos. O faixa preta Rogério Neves, sabe bem disso. Há 11 anos treina com Mauro Celso e diz que essa determinação do “sensei” em buscar sempre o melhor é um de seus diferenciais.

Equipe He-Man Team se transformou em sinônimo de jiu-jítsu apurado (Foto: Luiz Costa)

“Ele é a história. Sabe passar o que aprende a nós, seus alunos. O bacana é que ele não se limita pelo que faz. O acompanho há 11 anos. Virou um amigo, mas um exemplo, tanto no jiu-jítsu, quanto no MMA. Não é porque sou seu aluno, mas vejo que ele não tem limites. Quer sempre o melhor, não fica estagnado. É diferenciado”, avalia Rogério.

Quem compactua da opinião do faixa preta é Alice Quirina. Segundo ela, o sensei conseguiu ganhar mais que o respeito dos alunos por ser um mestre, ele tem a admiração de cada um. “Um dos motivos que me dá ânimo de vir aqui mesmo cansada é essa vontade de sempre buscar o melhor que ele tem. Tudo que sei no jiu-jítsu devo a ele, muito porque ele cobra, mas sabe cobrar. Sabe explicar seu erro e não te deixa ficar preso a ele. Por isso ele tem a admiração de todos”, avalia a atleta, que conquistou todos os 11 títulos que disputou em 2012.

Vinícius Almeida, mais conhecido pelo apelido de “Jon Jones”, por sua semelhança com o lutador norte-americano, vai um pouco além. Na última temporada, ele faturou 14 de seus 17 torneios disputados, isso com pouco mais de um ano fazendo parte do He-Man Team. Sobre o aproveitamento, o atleta credita aos trabalhos e ao conhecimento de seu sensei.

Alice ao lado de Mauro, "Jon Jones" e Rogério (foto: Reprodução/Facebook)

"Claro que quando você tem um mestre multicampeão pela frente, você fica estimulado. E isso é uma das coisas bacanas que aprendi aqui com ele. Não basta apenas competir, é preciso se aprimorar, dar o melhor. Ele cobra isso. Quer que cada um saia satisfeito com seu jogo, com suas habilidades. Coloca todos de frente, assim todos crescem”, finaliza o lutador.

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