Quem vive o cotidiano do futebol estadual tem acompanhado a novela em que se transformou a permanência de Paulo Schettino à frente da Federação Mineira de Futebol (FMF). Hoje, um novo capítulo será escrito, mas o final é completamente imprevisível.
Em cumprimento a uma sentença judicial, o cartola terá de se afastar do cargo nesta sexta-feira. A partir de amanhã, a Federação deverá ser administrada por dois interventores: Fernando Lago de Souza (administrador) e Cristiano Aguiar de Pinho (tesoureiro da FMF).
“Fiquei sabendo (nomeação dos dois interventores) por meio da imprensa, mas a decisão ainda não foi publicada. Mesmo assim, estamos trabalhando para mudá-la e entendemos ser possível”, adianta Rodrigo Diniz, secretário-geral da entidade.
A decisão mencionada por Diniz foi proferida no último dia 25, quando o juiz Antônio Leite de Pádua, da 6ª Câmara Cível, indeferiu o pedido de Schettino para continuar no poder pelo menos até a eleição, prevista para o 28 de abril.
O processo eleitoral está sendo organizado por dois interventores indicados anteriormente pela justiça, Sarah Viviane dos Santos Barbosa e Fernando Aurélio Machado Costa. “Não tem nada de novo. A eleição deve ocorrer até o fim de abril, mas não há data definida”, desconversa o economista Fernando Aurélio.
Candidatos
Com eleições à vista, alguns nomes começam a surgir para disputar o cargo. Paulo César de Freitas, ex-prefeito de Nova Serrana, seria um dos interessados. Silvestre Antônio Ferreira, advogado e ex-presidente da Liga de Ipatinga, admite a candidatura. “Já estou trabalhando para tentar me eleger”, informa.
Rodrigo Diniz, por sua vez, tratado como sucessor natural de Schettino, nega que seja candidato, pelo menos neste momento turbulento pelo qual passa a FMF.
“Não sou candidato. Não se discute essa situação na Federação, porque não há eleição marcada. Há uma ligação natural porque sou secretário-geral e, na hierarquia, a primeira pessoa abaixo do presidente”, justifica.
“Futuramente, se houver entendimento nesse sentido, se o presidente pedir, pode ser possível. Mas, hoje, não há nada disso”, acrescenta Diniz.
Apoio formal
Para participar da eleição, entre outros requisitos, o candidato deve ter o apoio formal de quatro clubes do Módulo I e quatro do Módulo II, além de cinco clubes amadores e mais três ligas. A exigência pode ser considerada “restritiva”. Afinal, com apenas 12 clubes na elite, o número de candidaturas está limitado a três.
Além disso, caso um postulante consiga a maioria dos apoios, na prática, não haveria nem eleição, devido à candidatura única. “Muitas pessoas se candidatavam para ter projeção na mídia”, justifica Rodrigo Diniz.