Chefe de segurança de Londres/2012 dá conselho ao Rio

Marcio Dolzan
04/12/2013 às 16:51.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:34

A possibilidade de as manifestações de rua ocorridas durante a Copa das Confederações em várias cidades do Brasil se repetirem na Copa do Mundo preocupam não só a Fifa - o secretário geral da entidade, Jérôme Valcke, já falou sobre isso -, como também o governo federal. Por isso, o vice-comissário da Polícia Metropolitana de Londres e coordenador de segurança nos Jogos Olímpicos de 2012, Chris Allison, esteve no Rio na segunda-feira para participar de um seminário
promovido pela Autoridade Pública Olímpica (APO).

O evento é parte do Programa Governamental de Observadores, que busca aprimorar as estratégias de segurança para os Jogos do Rio, em 2016. Especialista em resolução de problemas relacionados à ordem pública, como grandes protestos, Allison conversou com a reportagem e mostrou estar a par das manifestações que se espalharam pelo Brasil em 2013. Ele considera os atos legítimos e não acredita que grandes protestos possam atrapalhar o andamento da Copa do Mundo ou da Olimpíada.

"As manifestações em seu país são importantes, fazem parte da democracia, e as pessoas têm o direito de protestar. Mas há limites", ressaltou. "Você não tem o direito de parar alguém que está correndo em uma prova e você não tem o direito de impedir os espectadores de assistirem ao evento."

O vice-comissário informou que, nos Jogos de Londres, houve protestos na capital inglesa durante praticamente todos os dias. Alguns reuniram pouca gente, mas outros chegaram a contar com 500 manifestantes. "É importante tentar prever o que vai acontecer. Nossas equipes de inteligência monitoravam as articulações dos protestos e depois nós procurávamos as pessoas para conversar", contou. "Nós conversávamos
antes e dizíamos que poderiam protestar, mas teria que ser de forma pacífica." Segundo ele, não houve nenhum registro de violência nas manifestações de Londres.

Allison também falou sobre o risco de atentados terroristas durante os grandes eventos. "Vocês têm muita sorte de não ter histórico de atentados, mas a pergunta que temos que fazer é: 'Quanto os Jogos Olímpicos podem interessar ao terrorismo?'", indagou. "Essa é uma pergunta difícil de responder, mas eu fiquei realmente impressionado com o trabalho das autoridades brasileiras a respeito disso."
http://www.estadao.com.br

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