“Chegar ao Rio-2016 depende deles”, diz CBBoxe sobre irmãos Falcão

Gazeta Press
24/09/2013 às 09:46.
Atualizado em 20/11/2021 às 12:42

Depois de conquistar três medalhas nos Jogos Olímpicos de Londres-2012, o boxe é uma das principais esperanças para o Rio de Janeiro-2016. O cubano Otílio Toledo, diretor técnico da Confederação Brasileira de Boxe (CBBoxe), espera contar com Esquiva e Yamaguchi Falcão na competição, mas lembra que ambos precisam estar dispostos a resistir às tentações nos próximos anos.

"Se eles se propuserem a chegar até as Olimpíadas de 2016, podem chegar. Depende deles. Nós oferecemos todo o apoio e preparação. Agora, depende deles quererem chegar até o Rio de Janeiro ou seguir outros caminhos. Isso já não é conosco", afirmou o cubano.

Após as medalhas olímpicas, Esquiva (prata) e Yamaguchi (bronze) foram assediados para migrar para o boxe profissional, o que inviabilizaria a participação em Olimpíadas, e até para o MMA. Por enquanto, ambos se dizem satisfeitos com a possibilidade de disputar combates pela recém-criada Aiba Pro Boxing (APB), segmento com regras profissionais e remuneração financeira, mas que não torna os lutadores inelegíveis para os Jogos.

"Nós trabalhamos para ter bons resultados, tanto que ganhamos recentemente o Continental (disputado no Chile) sem os dois, que ficaram treinando para lutar na APB. É lógico que o Continental não é igual aos Jogos Olímpicos, mas estamos em condições de preparar outros atletas. Contamos com as presenças deles em 2016 e depende deles quererem estar", reiterou o cubano.

Esquiva Falcão enfrentará o romeno Bogdan Juratoni, enquanto Yamaguchi pega o francês Michel Tavares em combates ainda sem data definida. Toledo espera que o êxodo de boxeadores do amadorismo para o profissionalismo diminua com a AIBA Pro Boxing, mas não se empolga com a nova categoria.

"Tenho minhas dúvidas a respeito da parte técnica, porque é totalmente diferente uma luta de 10 assaltos e uma de três. A preparação é muito diferente. Precisamos ver os resultados de um boxeador que luta quatro vezes por ano em 10 assaltos e de repente tem que fazer cinco lutas de três assaltos em um período de 15 dias. São coisas totalmente diferentes", declarou o dirigente, cético.

Estivan Falcão, de apenas 17 anos, irmão dos dois medalhistas olímpicos e filho do excêntrico Touro Moreno, passou a treinar com a Seleção no começo de 2013. Apontado como promessa, ele foi derrotado pelo equatoriano Jonathan Chala no último domingo e ficou fora da briga por medalhas dos Jogos Sul-americanos da Juventude de Lima."O Estivan é bom, tem condições", disse Otílio Toledo, antes de repetir o discurso usado para os outros dois pugilistas do clã Falcão. "Na verdade, tudo depende dos atletas. Nós oferecemos as mesmas condições para eles se desenvolverem. Depende do desejo de chegar de cada um. Mas o Estivan tem potencial. Veio da mesma forma dos irmãos", acrescentou.

O Brasil quebrou um jejum de 44 anos sem medalhas olímpicas na modalidade em Londres-2012. Além de Esquiva e Yamaguchi, Adriana Araújo (bronze) também subiu ao pódio, mas, acusada de indisciplina, foi cortada da Seleção Brasileira no último mês de abril e disparou contra Mauro Silva, presidente da CBBoxe. Otílio Toledo garante que as portas estão abertas para um eventual retorno, impõe condições.

"Por enquanto, a Adriana não voltou, mas isso não quer dizer que esteja fora (definitivamente). Ela não está mais no peso de 60kg, que é categoria olímpica. Está lutando com 64kg. A categoria de 75kg também é olímpica, mas nesse peso não a queremos, porque o rendimento não seria o mesmo dos 60kg. Para pensar em retornar, teria que voltar a lutar na categoria dela", avisou.

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