Clássico feminino no Mineirão terá Tinga e Ramires no Atlético; Jô e R10 no América

Henrique André
Publicado em 22/03/2019 às 16:14.Atualizado em 05/09/2021 às 17:55.
 (Arquivo Pessoa / Estevão Germano/América)
(Arquivo Pessoa / Estevão Germano/América)

O sábado (23) será histórico para o futebol feminino. Pela primeira vez, o antigo "Clássico das Multidões", entre Atlético x América, será disputado no Mineirão. O duelo entre as meninas de Galo e Coelho, marcado para às 10h, traz no elenco das duas equipes personagens com apelidos famosos no universo masculino.

Do lado do América, a meia Tatiele Simões, é conhecida desde a adolescência como Ronaldinha, em homenagem ao ex-camisa 10 do rival deste fim de semana. 

"Comecei no time do meu bairro, em Ipatinga, jogando futsal. Um treinador me viu, me convidou para ir para o campo e ele que me colocou o apelido de Ronaldinha, por causa da minha habilidade, dos dribles e da velocidade. Aonde eu vou me chamam assim. Comecei a jogar com 13 anos, agora tenho 23. Sempre usei a tiara, assim como o Ronaldinho, pois é bom para segurar o cabelo", conta a "cérebro" do América.

No ataque, o time americano conta com outra personagem que remete aos atleticanos. Júlia Jô, que chegou ao clube em setembro do ano passado, não teve como escapar da comparação com o ex-camisa 7, campeão da Libertadores pelo Atlético. Tudo pelo tamanho, a tonalidade da pele e o estilo dentro de campo.

"Comecei a jogar com 9 anos, no meio de meninos na quadra da minha escola, durante as aulas de Educação Física. Sempre foi assim. Sou aqui de BH, mas comecei em Vespasiano, no bairro Serra Dourada. Pedia meu pai para me colocar numa escolinha de meninas, mas na época quase não tinha", conta a "mulher-gol", que ainda reside no município que abriga a Cidade do Galo.
"Me comparam com o Jô por causa da minha altura, da minha cor e pelo jeito que eu me movimento em campo", acrescenta.
 

Tinga e Ramires

Assim como no América, o time atleticano tem jogadoras com apelidos curiosos, em homenagem a homens que fizeram história com a camisa de um rival. No caso do Galo, Jennifer e Naiara, conhecidas por Ramires e Tinga, ambos ídolos da torcida cruzeirense.

"Comecei a jogar bola no colégio Tirandentes, em BH. Via as meninas treinando e morria de vontade. Brincava com meu irmão, na quadra, e numa seletiva, aos 10 anos, acabei sendo aprovada. Como abaixava a cabeça e corria bastante, acabei sendo apelidada de Ramires, que na época se destava no Cruzeiro", conta Jennifer.

"Por causa da música (Jenifer), e pelo costume, eu nem olho mais quando me chamam pelo nome", brinca a jogadora que mora no bairro Jardim Vitória e que, por conta de se recuperar de uma lesão no joelho, só volta a campo no segundo semestre.

Apesar de estar fora de ação, ela estará no Gigante da Pampulha para acompanhar de perto o clássico histórico deste fim de semana.
Na zaga, quem comanda o setor é Naiara. Tinga, como ficou conhecida, ganhou o apelido com "ajudinha" da mãe.

"Comecei jogando na rua. Com 12 anos fui para uma escolhinha society no Eldorado (Contagem). Nasci em BH, mas moro em Ibirité. Entreei no Mineiro com 18 para 19 anos num time em que o Prointer fez parceria. Ninguém sabia quem eu era; as meninas, sem saber o meu nome, começaram a me chamar de Tinga", conta Naiara.

"Minha mãe ficou nervosa quando ouviu. Não deu outra. As meninas ficaram com Tinga pra cá, Tinga pra lá, e ficou", ri da história.

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