(Ricardo Bastos / Hoje em Dia)
A promessa do Governo do Minas de reinaugurar o Mineirão com duas torcidas, no maior clássico do Estado, dia 3 de fevereiro de 2013, na estreia do Campeonato Mineiro, está ameaçada por um desentendimento entre Cruzeiro e Atlético.
Na prática, o risco enfraquece o primeiro jogo no novo estádio modernizado para a Copa 2014, que deve ter as obras entregues no próximo dia 21.
A possibilidade de que apenas cruzeirenses assistam à partida foi levantada pelo presidente do clube, Gilvan de Pinho Tavares.
O Cruzeiro só aceita que o confronto seja com as duas torcidas, se o Atlético se comprometer formalmente a mandar um possível duelo na fase final do Estadual também no Mineirão, novamente com as arquibancadas divididas.
“Se não tiver um documento assinado, o jogo do Cruzeiro e Atlético vai ser com torcida única”, garantiu Tavares, em visita, ontem, ao Mineirão.
A polêmica surgiu porque o Galo tem contrato de exclusividade com a BWA, para mandar suas partidas no Independência, e terá de pagar multa se optar por outro estádio.
Como o estádio não apresenta condições de segurança para receber as duas torcidas, só haveria atleticanos nas arquibancadas. Por isso, Tavares teme que o rival queira atuar no Horto.
“Isso já foi colocado para o governador (Antonio Anastasia). Não é justo o Cruzeiro abrir a casa, com torcida dividida no Mineirão, e o Atlético ‘bater o pé’ e falar que vai realizar seus jogos no Independência. Lá, a polícia só deixa ter uma torcida”, justificou Tavares.
Ao mesmo tempo, o presidente cruzeirense aproveitou para criticar o mandatário atleticano, Alexandre Kalil, mesmo que indiretamente. “As pessoas têm que ter bom senso e assinar um documento acordando que os jogos do Campeonato Mineiro sejam realizados aqui (Mineirão), com torcida dupla”, cobrou.
O dinheiro manda
Kalil disse ao Hoje em Dia que o Galo vai estudar a situação e se basear no aspecto financeiro. Se o clube entender que será mais lucrativo disputar os clássicos na Pampulha, não vai se opor ao Mineirão.
Já o secretário de Estado Extraordinário da Copa, Tiago Lacerda, preferiu não fazer comentários, mas espera uma solução que seja boa para ambos os clubes.
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