O Comitê Olímpico Internacional (COI) revelou nesta quinta-feira que abriu investigação para analisar a retirada da medalha olímpica do ex-ciclista norte-americano Lance Armstrong, que foi condenado por doping. Apesar dos inúmeros títulos ao longo da vitoriosa carreira, ele subiu uma única vez no pódio de uma Olimpíada: ganhou bronze nos Jogos de Sydney, em 2000.

Na semana passada, a União Ciclística Internacional (UCI) anunciou que Armstrong estava banido do esporte e retirou oficialmente os sete títulos que ele conquistou na Volta da França, entre 1999 e 2005 - nenhum ciclista herdou suas conquistas na mais importante prova do ciclismo mundial. Agora, o COI começa a analisar o caso, sem dar prazo para uma definição.

O COI alerta que a análise do caso não ficará restrita a Armstrong. "Vamos começar a investigar o envolvimento de Lance Armstrong, de outros ciclistas e, particularmente, dos membros de suas equipes com relação aos Jogos Olímpicos e seus futuros envolvimentos com a Olimpíada", diz o comunicado divulgado nesta quinta-feira pela entidade.

Assim como fez a UCI, o COI deve retirar a medalha de Armstrong. As duas entidades tomam como base o relatório divulgado no começo de outubro pela Agência Antidoping dos Estados Unidos (Usada, na sigla em inglês), que defende que o astro norte-americano elaborou "o mais sofisticado, profissional e bem-sucedido programa de doping que o esporte já viu".

O relatório da Usada se apoia no testemunho de 11 ex-companheiros de Armstrong para fundamentar as acusações de que ele utilizava esteroides, EPO e transfusão de sangue para trapacear no esporte. O astro nega o uso de doping - nunca foi flagrado em nenhum exame -, mas, dizendo estar cansado de lutar por sua inocência, abdicou de se defender das acusações.

Atualmente com 41 anos, Armstrong já tinha deixado o ciclismo profissional quando foi condenado por doping e banido do esporte. Agora, vem sofrendo com a perda dos seus títulos - o próximo deve ser a medalha olímpica - e também ficou sem seus principais patrocinadores. Teve até mesmo que deixar a presidência da fundação Livestrong, criada por ele para combater o câncer.
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