Com apagões, show da dupla Cazares e Fred, Atlético vence o Cruzeiro de virada no Horto

Frederico Ribeiro
fmachado@hojeemdia.com.br
02/07/2017 às 18:12.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:21

(Flávio Tavares/Hoje em Dia)

O sistema elétrico do Estádio Independência falhou novamente. Mas o grande apagão da tarde deste domingo (2), na 11ª rodada do Brasileirão, foi do Cruzeiro. O clássico mineiro, novamente recheado de confusão, emoções, virada e belos lances, terminou com vitória do Atlético, de 3 a 1, depois de ter saído atrás do placar logo aos 4 minutos.

A Raposa, que inicou o confronto em alta potência, se abateu na partida e permitiu a virada no placar ainda nos acréscimos do primeiro tempo, num intervalo de dois minutos. Cazares e Fred, duas vezes, fizeram os gols da vitória do Galo diante do maior rival. Destaque para o equatoriano, que fez um belo gol de falta e produziu uma linda assistência. E Fred chega a 22 gols no ano, superando recordes. Do lado celeste, Thiago Neves, o melhor jogador do time no confronto, fez o primeiro gol.

APAGÕES, CONFUSÃO E VIRADA
Os primeiros 28 minutos do clássico tiveram uma cor vívida: azul. Mesmo jogando em território adversário, o Cruzeiro não sentiu a pressão inicial da torcida do Galo e partiu para cima. Mais organizado que o rival, a equipe de Mano Menezes pressionava e jogava só no campo de ataque. Achou um atalho para abrir o placar, no lado direito da defesa alvinegra.

O lateral-direito Alex Silva, o suporte dele no meio, Elias, e Cazares jogando aberto naquele flanco era uma fraca proteção à zaga. Alisson recebeu no mano a mano com Alex, partiu para cima e cruzou rasteiro. O zagueiro Bremer, que havia entrado aos 4 minutos de jogo no lugar de Léo Silva, machucado na coxa, furou o cruzamento. Thiago Neves, em fase iluminada, chutou de primeira e a bola também passou entre as pernas de Victor. 

E o Galo se abateu com o gol. Só conseguiria tomar qualquer reação 20 minutos depois. Tempo suficiente para o Cruzeiro, mas compacto e trocando passes com calma, produzisse ao menos mais duas chances de gol. Primeiro com Caicedo, que recebeu cruzamento rasteiro de Robinho após rebote de escanteio. O zagueiro Equatoriano pegou de primeira, meio que no susto, e viu a bola quase beijar a trave.

Depois, em novo ataque furioso da Raposa, um passe para cortar a área foi interceptado de maneira perigosa pelo zagueiro Gabriel. A bola, agora sim, bateu no travessão e, para alívio do goleiro Victor, morreu na linha de fundo, em novo escanteio. A torcida do Galo se assutava com a postura do time. Mas duraria pouco.

O Atlético tomou as rédeas da partida ao aproximar mais o meio de campo com o ataque. Roger Bernardo, por exemplo, era um jogador que estava acertando tudo na partida. O Galo chegou primeiro com Fábio Santos, reclamou de pênalti em um chute e quase empatou duas vezes com Fred. Então, se instalou a confusão.

Primeiro, Roger Bernardo conseguiu desarmar Rafael Sóbis de forma firme, matando o contra-ataque no meio de campo. Robinho, do Galo, foi cobrar Sóbis por pedir amarelo. No confronto pessoal, o camisa 7 do Atlético empurrou o camisa 7 do Cruzeiro. Daronco deu a chance para ambos fazer as pazes. Nada feito e amarelou os dois. 

Logo depois, com os ânimos exaltados, Roger Bernardo acusou agressão de Thiago Neves. O juíz mandou seguir. Elias tomou as dores do colega e chegou forte nas costas do Robinho celeste. O árbitro gaúcho, então, paralisou a partida para conversar com os jogadores. 

Jogo retomado e o Atlético continuou superior. Até que novo ataque de Fábio Santos produziria o empate. Falta no camisa 6 perto da meia lua. Cazares cobrou com perfeição, sem defesa para Fábio. Isso já aos 48 minutos do primeiro tempo, aproveitando os 5 minutos acrescidos pela arbitragem. Então a Raposa abaixou a guarda e tomaria a virada de forma relâmpago

Alex Silva fez ótima tabela com Elias no lado direito. Ganhou no corpo de Diogo Barbosa e infriltou na área do Cruzeiro. Esperou o limite da bola na linha de fundo e cruzou rasteiro. O ótimo posicionamento de Fred permitiu que o Galo tomasse a frente no placar. O camisa 9, de quebra, ultrapassou Túlio Marabilha e se tornou o 5º maior artilheiro da história do Brasileirão de forma isolada, com 130 gols. 

APAGÃO LITERAL E SHOW DE CAZARES-FRED
A etapa complementar iniciou-se de forma mais equilibrada que o primeiro tempo. O Atlético não atacava com antes, tampouco o Cruzeiro. Tanto que Mano Menezes logo mudou a configuração do time com a entrada de Ábila no comando de ataque, recuando Thiago Neves para organizar a partida. O Atlético até conseguia chegar, com Alex Silva como destaque da partida.

Mas o calcanhar de aquiles do time de Roger Machado era Robinho. O camisa 7 do Galo nada acertava, e perdia bolas bobas, como uma tentativa de pedalar parado diante de Ezequiel. Do lado celeste, quem estava apagado era Alisson, seguido por Robinho, que logo foi sacado para a entrada de Élber.

O Cruzeiro colocou a língua para fora. Não tinha força para atacar e o Atlético se fechava bem na partida, mesmo com o fôlego também nos finalmentes. Mas, tendo mais espaço para atacar, o Galo logo mataria o clássico na genialidade de Cazares. Num cruzamento  perfeito, o jogador desmontou a zaga celeste e encontrou Fred se infiltrando livre. Essa bola o camisa 9 não perde. Cabeçada no contrapé de Fábio.

Agora com vantagem mais segura, o Galo começou a morder ainda mais o meio de campo, com a entrada de Adílson e até mesmo Rafael Moura. O zagueiro Léo, numa dessas pressões, recuou a bola errado para Fábio. Robinho a interceptou, parou na frente do goleiro cruzeirense e tocou para trás. Mas Cazares chutou mascado, a bola foi pipocando e Fábio conseguiu se recuperar a tempo.

O apagão do Cruzeiro em campo serviu de inspiração para o sistema elétrico do Independência. A energia do estádio caiu aos poucos, até o black-out. A partida foi paralisada pelo trio de arbitragem. Na volta da partida, o panorama continuou o mesmo. O Galo mais combativo e o Cruzeiro apenas esperando o final da partida, que chegou com festa para os alvinegros e preocupação para os celestes.


ATLÉTICO 3X1 CRUZEIRO

Atlético: Victor; Alex Silva, Leonardo Silva (Bremer), Gabriel e Fábio Santos; Elias, Yago (Adílson) e Roger Bernardo; Cazares, Robinho e Fred (Rafael Moura). Técnico: Roger Machado

Cruzeiro: Fábio; Ezequiel, Caicedo, Léo e Diogo Barbosa; Lucas Romero e Ariel Cabral; Rafael Sóbis (Ábila), Robinho (Élber) e Alisson (Sassá); Thiago Neves. Técnico: Mano Menezes

Gols: Thiago Neves, aos 5'/1ºT; Cazares, aos 48'/1ºT;  Fred, aos 50'/1ºT e 34'/2]T
Arbitragem: Anderson Daronco, auxiliado por Rafael da Silva Alves e Elio Nepomuceno Jr. Trio gaúcho
Cartões amarelos: Fábio Santos, Robinho, Marlone, Roger Bernardo (CAM); Ábila, Rafael Sóbis, Ariel Cabral e Caicedo (CRU)
Público: 17.251 torcedores
Renda: R$ 569.140,00

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