A ascensão do brasileiro Bruno Soares no Circuito da ATP coincidiu com a queda do compatriota Thomaz Bellucci. Responsável por conquistas expressivas nas últimas duas temporadas, o duplista ganhou espaço significativo, ainda que os jogadores de simples tradicionalmente sejam mais valorizados, a ponto de ver a situação refletida no aumento dos patrocinadores.
Atualmente, a construtora MRV, o banco BMG, a Asics e os Correios dividem espaço no uniforme de Bruno Soares - ele ainda tem o apoio da Universidade Estácio de Sá, na qual cursa publicidade. Com os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro-2016 no horizonte, a tendência é de crescimento, avalia Márcio Torres, manager do duplista.
"O Bruno deu um salto de qualidade muito grande nos últimos anos. É uma pessoa extremamente carismática: está sempre sorrindo, é agradável e sabe se expressar. Comercialmente, tudo isso é interessante. Ele chegou até as quartas de final em Londres e tem chance de medalha em 2016, o que atrai os patrocinadores", afirmou Torres.
Campeão da chave de duplas mistas do Aberto dos Estados Unidos-2012, Bruno Soares ficou com o vice nas parcerias masculinas em 2013 ao lado do austríaco Alexander Peya. Com seis títulos na temporada, entre eles o Masters 1000 do Canadá, disputou o cobiçado ATP Finals e encerrou o ano no terceiro lugar do ranking mundial.Enquanto Bruno Soares faz sucesso no circuito de duplas, assim como o compatriota Marcelo Melo, sexto da lista da ATP, os tenistas de simples patinam. Ex-21º do mundo, Thomaz Bellucci, atrapalhado por lesões, não ganhou títulos na temporada e saiu do top 100 pela primeira vez desde 2009.
"Como estamos conseguindo um destaque grande e não tem ninguém no mesmo nível em simples, é claro que acabam falando bastante da gente. Mas acho que o Thomaz vai se recuperar e voltar ao grupo de elite em 2014. Quanto mais jogadores em alto nível, melhor para todos", disse Soares.
Amigo do duplista desde a infância em Belo Horizonte, Márcio Torres jogou profissionalmente e chegou a ser campeão ao lado de Bruno Soares, mas, às voltas com problemas físicos, encerrou a carreira dentro das quadras recentemente para assumir a função de manager.
Tanto Bruno Soares quanto Márcio Torres associam parte do ganho de terreno e de patrocinadores durante as últimas duas temporadas ao aumento do número de partidas transmitidas pela televisão, já que o circuito de duplas é normalmente ignorado em detrimento dos astros de simples.
"Acho que o Bruno virou um ídolo brasileiro. Não tão grande como os jogadores de futebol, mas muitas pessoas começaram a pará-lo para pedir autógrafos nas ruas e algumas delas nem são fãs de tênis. O Bruno está em ascensão e muita gente se identifica com ele. Naturalmente, isso desperta o interessa das empresas", explicou Torres.