Com dívidas e dando 'jeitinho' para disputar o Mineiro, Villa Nova já sonha alto no estadual

Henrique André - Hoje em Dia
11/02/2016 às 12:35.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:22

(Arquivo Pessoal)

Antes de a bola rolar pelo Campeonato Mineiro deste ano, poucas eram as pessoas que acreditavam numa boa campanha do Villa Nova. O centenário clube de Nova Lima, pentacampeão da competição, atravessava uma grave crise financeira e corria o risco de, com as próprias forças, não conseguir montar um time para disputar o estadual. Hoje, após duas rodadas do Mineiro, o Villa está 100% (6 pontos), começa a sonhar alto e fica atrás apenas do Atlético na tabela. Porém, as dívidas que já extrapolaram os R$ 12 milhões, estão longe de serem pagas.

Com a ajuda do atacante Fábio Júnior,  que além de centroavante se tornou manager do Leão do Bonfim, o presidente Nélio Aurélio conseguiu parceiros e, consequentemente, patrocinadores e atletas para o alvirrubro. Bancando uma fatia menor no salário da maioria do elenco, os novalimenses montaram um time com vários jogadores conhecidos, e o resultado já pode ser visto na competição. O volante Roger Guerreiro, o meia Mancini, e os atacantes Soares, Thiago Silvy, Fábio Júnior  e Kerlon são alguns deles.

Na retaguarda de Fábio Júnior, um amigo particular, com influência no mercado da bola, teve papel fundamental no processo de montagem do elenco. Apesar de não ter sido nomeado com um cargo dentro do clube, Michel Neves foi responsável direto pelo acerto de boa parte dos principais nomes do time. Na apresentação dos atletas, inclusive, teve a palavra cedida pelo presidente e deu as boas vindas ao novo grupo.

Numa mini-entrevista exclusiva ao Hoje em Dia, ele conta um pouco do segredo do Leão em 2016.

Como foram escolhidos os jogadores?

Foi no potencial que vi no Fábio Júnior, pelos trabalhos que ele fez nos clubes de Minas. É um atleta renomado e com uma vasta experiência. Achei possível a ida dele, em parceria comigo, para resgatar o Villa. Ele sendo não só um atacante, mas uma pessoa para me ajudar a montar o time. Todos os dias e noites, analisávamos vídeos de jogadores de todas as partes e decidíamos conjuntamente em quais apostaríamos.

De onde veio o dinheiro para trazê-los?

Todo mundo sabe que o Villa não tem dinheiro. À princípio foi bancado pelo meu bolso e com alguns amigos que também ajudaram, por acreditar no nosso projeto.

O Villa sobreviverá após o Mineiro?

O Villa tem uma história centenária, mas sem dinheiro não participaria do Mineiro. Nosso projeto visava o Estadual. Após isso, ficaria nas mãos do presidente. Outra coisa que queríamos era trabalhar com a base do clube.

O que representaria chegar numa final do Mineiro?

Sempre coloquei objetivos na minha vida e consegui alcançá-los. Pra mim seria uma satisfação pessoal e profissional. Abririam várias portas no mercado e valorizaria muito o nosso projeto.

Sem grana

Apesar de ter um elenco forte nas mãos, o presidente do Villa não tem garantias de um futuro próspero para o clube. Segundo Nélio Aurélio, o Leão recebeu uma pequena parte da verba anual paga pela prefeitura municipal, cerca de R$ 2 milhões, e as dificuldades ainda financeiras são muito grandes. Dívidas trabalhistas e atrasos com o elenco/funcionários de 2015 seriam as maiores delas.

O mandatário do Leão ainda aguarda o fechamento de contrato com um patrocinador para a parte da frente da camisa (master). As tratativas, que estão feitas por Fábio Jr., devem ser concluídas ainda nesta quinta-feira (11).

O próximo adversário do Leão no Campeonato Mineiro é o América. As duas equipes se enfrentam no próximo domingo (14), no Independência. Apesar de atuar na casa do adversário, o Villa será o mandante do duelo.

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