Com poderio financeiro, Atlético Nacional mudou sua filosofia de contratações

Estadão Conteúdo
Hoje em Dia - Belo Horizonte
04/12/2016 às 09:27.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:56

Miguel Borja precisou de quatro jogos para colocar o Atlético Nacional na história. O atacante fez cinco gols nas últimas partidas decisivas da Copa Libertadores, garantiu o título sul-americano e personificou o quanto o clube mudou de filosofia. Em vez de apostar nos talentos locais, reconquistou o topo da América graças ao poderio financeiro de contratar jogadores.

O carrasco do São Paulo na última Libertadores veio do pequeno Cortuluá para mudar a história do Nacional, ao ser contratado às vésperas da semifinal. O clube que se orgulhava na década de 1980 por apostar em jogadores do departamento de Antioquia se tornou um gigante rico e comprador de talentos.

O elenco atual tem variadas nacionalidades, como argentinos, panamenhos e paraguaios. A diretoria, fora investir nas categorias de base, acompanha com atenção o surgimento de possíveis reforços com potencial de valorização em negócios futuros.

O olhar atento vai desde o monitoramento de campeonatos locais de pouca expressão até a busca em países vizinhos, como na Venezuela. Longe de ser potência, a liga local serviu para revelar o meia Alejandro Guerra, especulado como reforço em clubes brasileiros como Santos e Palmeiras.

O mesmo se passou com o goleiro Franco Armani. O argentino veio do Deportivo Merlo, de divisões inferiores do país. Atualmente é titular e ídolo da torcida.

A transformação do clube tem mexido com a estrutura física da sede. Localizada em Itagüi, região metropolitana de Medellín, o conjunto de prédios vai passar por reforma. A atual sala de troféus está apertada. A reportagem do Estado visitou o local na última sexta-feira. O plano é construir um museu aberto à visitação dos torcedores.

Enquanto isso, fotos, luvas de goleiro e ingressos de jogos antigos ficam dispostos em um dos corredores do prédio, decorado cuidadosamente com detalhes em verde, mesmo que seja somente no corrimão.

Curiosamente, a taça da Libertadores não fica exposta. Na falta de uns mostruário ideal, a saída foi mantê-la trancada na sala do presidente do clube.

ATAQUES - Com o dinheiro da organização Ardila Lülle, o clube se tornou rico, porém com algumas polêmicas sobre conflito de interesses. Os rivais costumam questionar como o Nacional pode ser um dos empreendimentos de um conglomerado que até anos atrás dava nome ao campeonato e possui canais de televisão e emissoras de rádio que transmitem os jogos.
http://www.estadao.com.br

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