A logomarca da Rio 2016 gravada no bíceps esquerdo mostra como a terceira convocação para uma Olimpíada era importante para Bárbara. E foi justamente com o braço tatuado que a goleira pulou para defender a oitava e última cobrança de pênalti contra a Austrália, garantindo a classificação da Seleção Brasileira após o empate em 0 a 0, nesta sexta-feira (12), no Mineirão.
As adversárias estavam entaladas na garganta. Reserva na eliminação diante das australianas nas oitavas de final da última Copa do Mundo, a goleira precisou superar várias adversidades para conquistar a titularidade no time. A última delas, no amistoso final de preparação para os Jogos, justamente contra a equipe da Oceania, quando levou um “frango” antes da virada por 3 a 1.
“Tive a infelicidade de escorregar e a bola passar. Mas nada como um dia após o outro. Eu me cobro bastante, fiquei a semana inteira me machucando devido a essa situação, mas hoje pude reverter a história. Voltei à Seleção como terceira goleira, fiquei no banco, mas fui conquistando o meu espaço e dando confiança para a comissão técnica. Hoje, posso dizer que sou titular”, disse, orgulhosa, após a atuação decisiva.
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O destino da partida no Mineirão também já havia passado por Bárbara no primeiro tempo, mas de maneira totalmente oposta. Em lance desastrado da defesa brasileira, a goleira atingiu fora da área a atacante Simon, algoz da Copa de 2015. A arbitragem, porém, ignorou o lance que poderia ter provocado a expulsão da camisa 1 e mudado radicalmente o panorama.
Passado o susto de uma bola na trave na etapa complementar, Bárbara precisou deixar tudo isso de lado para salvar a pele de Marta, após a craque do time ter desperdiçado a quinta cobrança brasileira. “A responsabilidade cresceu ainda mais. Na hora, eu só pensei que ela não poderia ser injustiçada por um erro como esse. Ela é uma pessoa extraordinária e não poderia ser julgada por uma situação dessa. Então eu pedi ainda mais força a Deus e fui muito feliz na defesa”, contou a heroína.
Tatuagem dourada
Vaga garantida, o objetivo agora é gravar mais um momento histórico na pele. “Eu já tinha tatuado Pequim (2008) e Londres (2012). Queria muito gravar a Rio 2016, então só esperei a lista e fiz assim que vi meu nome entre as 18 convocadas. Se Deus quiser, a gente conseguindo esse ouro, vou tatuar também a medalha no corpo”, revelou a jogadora.
Aos 28 anos, Bárbara tem dois títulos com a seleção nos Jogos Pan-americanos (Rio 2007 e Toronto 2015), além da medalha de prata olímpica em Pequim. Devido à falta de estrutura e torneios profissionais no país, porém, ela é uma das sete atletas sem clube vinculadas diretamente à CBF.
Confira a falha de Bárbara contra a Austrália, em julho deste ano: