O Comitê de Ética da Fifa avalia suspender o presidente da entidade, Joseph Blatter, por 90 dias. A decisão pode ser anunciada até esta quinta-feira (8). O comitê discute o assunto nesta quarta (7) em razão da recente abertura de uma investigação criminal contra Blatter por parte do Ministério Público da Suíça por supostas irregularidades num contrato de direitos de transmissão na América Central e em um pagamento de 2 milhões de francos suíços (R$ 8,3 milhões) ao presidente da Uefa, Michel Platini.
Blatter havia prometido ficar no cargo no máximo até o dia 26 de fevereiro, quando ocorre a eleição convocada por ele para sucedê-lo. Agora, se confirmar a suspensão de 90 dias, ele poderia ainda retornar em janeiro, a tempo de permanecer até a eleição, mas o afastamento pode ser uma pressão suficiente para ele decidir renunciar imediatamente.
Na sexta-feira (2), quatro dos principais patrocinadores da Fifa pediram pela primeira vez que Blatter deixasse o cargo. Em comunicados separados, mas divulgados praticamente ao mesmo tempo, as gigantes Coca-Cola, Visa, McDonald´s e Budweiser (AB InBev) alegaram que a saída do suíço era fundamental para que o processo de reforma na Fifa tenha credibilidade.
A Fifa vive a maior crise de sua história, que eclodiu após vir à tona a investigação conduzida pelas autoridades dos Estados Unidos que levou no dia 27 de maio à prisão de sete cartolas em Zurique, entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin.
Desde então, Blatter se mantém recluso na Suíça. Em junho, dias depois de ser reeleito, anunciou que não ficaria mais no posto a partir do ano que vem e criou um comitê para implementar reformas, que incluem, entre outras coisas, divulgação dos salários dos cartolas, uma regra de "ficha-limpa" para ser dirigente e um limite de mandato nas entidades ligadas ao futebol em todo o mundo.
Mesmo assim, a Fifa não consegue sair do centro da crise no cenário internacional, o que tem incomodado os grandes patrocinadores, a maioria com contratos até a Copa de 2022.