(Harry How/Getty Images/AFP)
O Brasil manteve, em Toronto, as 141 conquistas obtidas em Guadalajara, há quatro anos. Mas, no que dependesse das confederações menos privilegiadas pelos recursos repassados pelo governo federal via Lei Piva, esses resultados seriam ainda melhores. Afinal, essas nove modalidades, juntas, mais do que dobraram o número de medalhas na comparação com as obtidas na edição passada dos Jogos Pan-Americanos.
Tal evolução acompanha o aumento de 77% no volume de repasse a essas confederações "nanicas". Em 2011, o governo planejou destinar R$ 11,1 milhões para essas nove entidades. À época, golfe e rúgbi recebiam um piso de R$ 500 mil porque tais modalidades não seriam disputadas nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012.
Para esse ano, a previsão é que no mínimo R$ 19,7 milhões cheguem às confederações de badminton, esgrima, golfe, hóquei sobre a grama, levantamento de peso, lutas (wrestling), pentatlo moderno, rúgbi, tiro com arco e tae kwon do. Com a exceção desta última e do golfe (que estreou no Pan em Toronto), todas as outras tiveram seus melhores resultados da história.
Juntas, elas somaram 20 medalhas, sendo três de ouro. Em Guadalajara, essas mesmas nove modalidades chegaram a apenas nove conquistas, uma única delas dourada. Em Toronto, quatro novas provas entraram no programa, mas o Brasil só foi ao pódio em uma delas.
Do outro lado, nenhuma das nove confederações que mais acesso têm a recursos da Lei Piva conseguiu melhorar seu desempenho em Guadalajara, seja quantitativa ou qualitativamente. Juntas, as confederações de atletismo, basquete, desportos aquáticos, ginástica, handebol, hipismo, judô, vela e vôlei perderam 18 medalhas em quatro anos: de 97 para 81.
Nos últimos anos, o governo e o Comitê Olímpico do Brasil (COB) têm reduzido o pedaço do bolo da Lei Piva que vai para essas entidades, todas com pesados patrocínios estatais. Em quatro anos, o aumento de repasses para elas foi de apenas 19,4%, passando a R$ 44 milhões. Em contrapartida, o número de medalhas caiu 16,5%.
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