Conselho de Xuxa foi fundamental para Sasha chegar ao Atlético: 'Esta é a oportunidade da vida dele'

Henrique André
@ohenriqueandre
20/08/2020 às 14:34.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:20

(Bruno Cantini/Atlético)

"Quando o Alexandre (Mattos) ligou fazendo a oferta do Atlético, ele me mandou. Eu falei que primeiro ele tinha que se resolver com o Santos, esperar mais um mês e ver o que acontecia. Ele recebeu muitas propostas de fora, mas, com 28 anos, já é velho, mas ao mesmo tempo não é. Falei com ele que o Atlético está montando um time bom com Sampaoli e, com certeza, algum título vai ganhar. Se ele fosse para fora, ganharia dinheiro, óbvio, mas iria sumir. O Galo está construindo um estádio novo, um grande projeto, e é a grande oportunidade da vida dele. Ele veio para Porto Alegre no Dia dos Pais e eu, ele e meu pai decidimos isso em conjunto. A minha relação com ele sempre foi assim, dando conselhos". 

Entrevistado pelo Hoje em Dia, Robson Colcenti Antunes, o Xuxa, contou algumas curiosidades da  vida do irmão Eduardo Sasha, apresentado oficialmente como oitavo reforço do Galo na Era Sampaoli. O apelido do primogênito, de 30 anos, surgiu ainda na infância, pelos longos cabelos loiros que ostentava. O do caçula, por sua vez, veio logo assim que nasceu a filha da "Rainha dos Baixinhos", em 1998.

Como "carne e unha", a dupla se apaixonou pelo futebol graças ao pai, o senhor José Mendes. Das peladas no bloco 3, no bairro Rubem Berta, em Porto Alegre, aos testes bem sucedidos no Internacional, os irmãos colecionaram diversas histórias; a opção de Sasha por ser goleiro, inclusive, foi uma delas. Como o pai, açougueiro, e mãe, entregadora de jornal, não tinham condições de bancar os gastos para os treinos no Beira-Rio, o jeito foi contar com o auxílio de um empresário para conseguir pagar as quatro passagens diárias. Arquivo Pessoal

IRMÃOS - Sasha (esq,) e Robson (dir.) sempre foram loucos por futebol

E foi justamente nesta época que o "brigão" Eduardo tomava uma importante decisão, mesmo com apenas 13 anos. Para a mãe, ele disse que, se não fosse jogador, trabalharia como motorista de ônibus. O encantamento pela profissão surgiu nas indas e vindas aos treinos, quando fazia questão de sentar nos bancos da frente e, além de observar o trabalho, aproveitava para fazer amizade com os condutores. Contudo, para a sorte dos amantes do futebol, esta mudança não se fez necessária.

Sonho interrompido

Devido ao temperamento explosivo, como conta Robson, Sasha foi encaminhado para aconselhamento com profissionais do Colorado Gaúcho. Sempre focado, disciplinado e persistente no sonho de ganhar o mundo da bola, ele era daqueles que não gostava de perder nem no 'par ou ímpar'. No Inter, o agora camisa 18 do Atlético atuava tanto na equipe de campo, quanto na de futsal.

No meio deste caminho, Eduardo viu o irmão sofrer um grande baque, durante um dos dias em que auxiliava dona Iolanda na entrega dos jornais. Ao tentar abrir a porta de um prédio, ele não percebeu que ela estava solta. Com a queda, Robson acabou fraturando ossos de uma das pernas e, fora dos gramados por quase um ano, acabou desistindo de seguir no esporte.Arquivo pessoal / N/A

O cabeludo Sasha em seus primeiros jogos pelo Internacional, de Porto Alegre

"Ah! Eu não poderia deixar de lembrar de quando completei 18 anos e, após conseguir a habilitação, comprei um carro. Ali, eu já trabalhava em outra área. Meu irmão, com 16, mesmo sem permissão, pegava emprestado e ia dirigindo, sozinho, para os treinos. Apesar de estacionar longe do Beira-Rio, para não chamar a atenção dos mais velhos, ele fazia sucesso com os guris", relembra Robson, às gargalhadas.

Muito apegado à família, Sasha usou parte do primeiro bom salário para fazer a reforma do apartamento em que moravam. Hoje, bem sucedido, segue proporcionando uma vida melhor àqueles que sempre o apoiaram. Apesar de Xuxa não ter realizado o desejo de ser jogador profissional, ele o tem como braço-direito e um dos principais responsáveis pelos onho alcançado.

No Atlético, novamente com Sampaoli, o "alemãozinho do Bloco 3" tem a chance de escrever capítulos de glória no currículo. E que assim seja. 

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