(Divulgação)
Jogar perto de Deus tem seu preço. Na Copa Libertadores, poucos inimigos são tão temidos quanto a altitude. Nos países como Bolívia, Peru, México e Equador, os quilômetros acima do nível do mar cobram a parte física dos jogadores e transformam a bola num objeto com vida própria. Nesta quarta-feira, às 21h45 (de Brasília), o Atlético volta a encarar este obstáculo na retomada do torneio, mesmo que não seja tão perto do cume.
A equipe alvinegra, depois de vencer o Cruzeiro e se restabelecer no Brasileirão, volta a cabeça para o principal objetivo do ano. Irá encarar o Jorge Wilstermann pelas oitavas de final da Libertadores, em Cochabamba, na Bolívia. A delegação, inclusive, viajou na noite de ontem em voo fretado para a cidade boliviana para conseguir driblar os 2.574 metros de altitude. Sendo que o perigo mesmo está acima dos 3 mil metros.
Pensando nisso, o sorteio da competição até que foi bom para o Galo. O outro boliviano é o Strongest, na temida La Paz, no fantasmagórico Estádio Hernando Siles, a quase 4 mil metros acima do nível do mar.
De qualquer forma, o Wilstermann assusta em casa. Foi responsável por destroçar o Peñarol na estreia da fase de grupos por 6 a 2. Além disso, venceu o Atlético Tucumán, da Argentina, e o Palmeiras pelo mesmo placar: 2 a 1. Estão 100% no Estádio Félix Capriles, que por muito pouco não foi trocado pelo Hernando Siles para ser o palco do duelo.
Isso porque a casa do Wilstermann estaria fechada pelo Governo de Cochabamba para reformas visando realização dos Jogos Sul-Americanos de 2018. Então a diretoria do “aviador” tentou levar a partida para La Paz. Mas o regulamento da Libertadores impede a transferência do mando de campo para uma praça com diferente característica topográfica, salvo com aceitação do clube visitante.
7º DUELO NAS ALTURAS
O Atlético possui um retrospecto abaixo do regular quando o assunto é enfrentar o ar rarefeito. Foram 10 jogos em competições internacionais oficiais (Conmebol, Libertadores e Sul-Americana), sendo que sete pelo principal torneio.
No ano passado, o Galo foi bem em Arequipa, ao vencer o Melgar por 2 a 1 na estreia da Libertadores. Mas perdeu para o Del Valle em Sangolquí, cidade próxima a Quito.
Cochabamba, porém, traz boa recordação ao torcedor alvinegro. O Galo visitou a terceira maior cidade da Bolívia há quase 20 anos. Em 1998, pela Conmebol, o Atlético treinador pelo falecido Carlos Alberto Torres, o capitão do tri, venceu o Wilstermann por 1 a 0, gol de Valdir Bigode. Eliminou o adversário boliviano, mas pedeu para o Rosario Central na semifinal do torneio.Editoria de Arte/Hoje em Dia / N/A
Atlético venceu 4 vezes quando 'subiu a montanha', mas perdeu outras cinco partidas: 43% de aproveitamento
Atualizada às 12h41*, após correção da infografia