Contratada pelo UFC, Amanda Nunes sonha alto e quer cinturão feminino

Felippe Drummond Neto - Do Hoje em Dia
28/02/2013 às 08:48.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:26
 (Esther Lyn)

(Esther Lyn)

Um grande desafio já foi vencido: chegar ao UFC. Pega de surpresa, a baiana Amanda Nunes chorou, gritou e comemorou muito o contrato com a maior franquia de Artes Marciais Mistas (MMA) do mundo, anunciado na segunda-feira. Mas a Leoa dos Ringues, como é conhecida, quer mais. Agora que está dentro do evento de Dana White, busca realizar o maior sonho: conquistar o cinturão, de preferência derrotando a americana e atual campeã http://www.hojeemdia.com.br/esportes/2.704/ronda-rousey-musa-do-mma-finaliza-rival-em-menos-de-um-minuto-1.24236.

Aos 24 anos, Amanda é a primeira brasileira contratada pelo UFC. Ela conta que não estava em contato com os organizadores e foi surpreendida por um telefonema. “Confesso que fiquei surpresa quando o UFC entrou em contato comigo. Não esperava uma ligação. Acho que o sucesso na estreia das mulheres é que fez eles agirem assim”, comenta.

Ela enfatiza que entrar para o elenco da franquia é a realização de um sonho. “Sempre corri atrás de crescer no esporte para, um dia, chegar a esse patamar. Fico sem palavras para descrever a sensação que é. Depois que recebi a notícia, já chorei, sorri, gritei, fiz de tudo”, se diverte Amanda.

A lutadora se diz grata até mesmo à possível rival pelo título do UFC. http://www.hojeemdia.com.br/esportes/2.704/ronda-rousey-pode-ser-a-primeira-mulher-a-assinar-com-ufc-1.48550, e eu também terei a oportunidade de lutar no maior evento de MMA do mundo”, destaca. As atletas compatriotas realizaram, no último sábado, a primeira luta feminina do Ultimate, a principal do UFC 157.

Potencial

Morando há mais de um ano em Miami, nos Estados Unidos, para treinar no MMA Masters, a brasileira nasceu na cidade de Pojuca, interior da Bahia, e ingressou no esporte aos cinco anos, quando, por influência da mãe, Ivete Nunes, entrou para uma escolinha de capoeira. Algum tempo depois, começou a praticar boxe. Somente aos 18, mudou-se para Salvador e passou a treinar quase todas as artes marciais, dentre elas judô, jiu-jitsu, submission e caratê.

“Agora acredito que posso chegar ao título do UFC. Sei do meu potencial. Se for contra a Ronda, melhor. Venho da mesma base dela, também comecei no judô e tenho um jiu-jitsu muito forte. Acho que estragaria o jogo dela. Não daria oportunidade de me levar para o chão”, planeja Amanda.

Ela já sabe qual caminho tem a percorrer para brigar pelo título. “Como a categoria ainda está vazia, acredito que uma ou duas lutas com vitórias contundentes, de forma que agrade a torcida, me renderiam uma disputa de cinturão”, avalia. “Espero que os brasileiros torçam muito por mim”, conclui.

Treinadora só tem elogios para a pupila

Enquanto não faz a esperada estreia no UFC, a brasileira Amanda Nunes segue a rotina de treinamentos. Ela ainda tem uma luta marcada contra Kaitlin Young, no dia 5 de abril, pelo Invicta FC, evento exclusivamente feminino, com o qual tinha contrato. Ela não sabe se vai precisar cancelar o compromisso. Em Salvador, a antiga treinadora de judô, Elisângela Francis, era só alegria. “Não existe explicação para a emoção que estou sentindo. Ela conseguiu mesmo. É uma felicidade sem tamanho”, comenta.

A professora lembra-se de uma conversa que teve com a lutadora, que garantiu que conseguiria vencer na modalidade que realmente gosta. “Ela disse que queria que todos tivessem orgulho dela”, ressalta.

Ao falar da pupila, Elisângela não consegue parar de elogiar a atleta. “A Amanda era fenomenal desde quando chegou na nossa academia. Dona de um estilo único, não consigo comparar ela a nenhum outro lutador. Tem e fez seu próprio estilo”, comenta, observando que a baiana é ótima trocadora, tem firmeza na pegada e é boa de chão. Para a treinadora, a brasileira é diferenciada e tem grande chance de obter novas conquistas.

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