Corinthians vota impeachment do presidente Roberto de Andrade nesta segunda-feira

Estadão Conteúdo
Publicado em 20/02/2017 às 07:39.Atualizado em 16/11/2021 às 00:37.

Após muitas negociações e pressão de todos os lados, o futuro do presidente do Corinthians, Roberto de Andrade, será definido nesta segunda-feira. Os 341 conselheiros votarão pedido de impeachment contra o dirigente e, caso a maioria entenda que ele cometeu irregularidades, o presidente será afastado do cargo.

Os últimos dias foram de articulações e promessas no Parque São Jorge. O clube ficou dividido entre conselheiros favoráveis e contrários à saída do dirigente. Os dois lados trabalham nos bastidores para convencer os indecisos.

O processo teve início no dia 22 de novembro do ano passado, quando 63 conselheiros entregaram ao Conselho Deliberativo pedido de saída de Roberto de Andrade. A acusação é de assinaturas fraudulentas do dirigente em contratos do estádio Itaquerão e em ata de reunião em que ele teria assinado como presidente antes de assumir o cargo.

O mandato de Roberto de Andrade vai até fevereiro do ano que vem, sem direito à reeleição. Nos últimos meses, o dirigente perdeu muitos aliados e vive enorme pressão. A crise se agravou com as constantes trocas de treinador e os maus resultados da equipe, que não conseguiu ficar entre os seis primeiros colocados do Campeonato Brasileiro do ano passado e garantir a vaga para a Copa Libertadores.

O ex-presidente Andrés Sanchez é um dos que deixou de apoiar Roberto de Andrade, apesar de já ter declarado publicamente que é contra o impeachment.

Se os conselheiros decidirem que Roberto de Andrade não cometeu nenhuma irregularidade, ele permanece no cargo e o processo está encerrado. Caso o pedido de destituição seja acolhido, o dirigente é imediatamente afastado do cargo e o presidente do Conselho Deliberativo, Guilherme Strenger, terá cinco dias para convocar uma Assembleia Geral de Associados.

Os sócios, então, votarão se Roberto de Andrade deve continuar ou não na presidência do clube. Até que os associados decidam o futuro do dirigente, quem assume o clube é o vice-presidente André Luiz de Oliveira, mais conhecido como André Negão no Parque São Jorge. Ele é investigado pela Operação Lava Jato. A suspeita é de que o dirigente recebeu R$ 500 mil de propina da Odebrecht relativos à construção do Itaquerão.

Pressão
Membros das principais torcidas organizadas prometem protestar nesta segunda-feira no Parque São Jorge. A Comissão de Ética do clube - que já se mostrou contra a saída do dirigente - vai ter 30 minutos para se manifestar e apresentar o seu parecer. Em seguida, também por 30 minutos, será dada a palavra ao representante dos requerentes do impeachment.

No terceiro ato, quem terá o direito a se manifestar será a defesa de Roberto de Andrade. O dirigente deverá ser representado por Luiz Alberto Bussab, seu aliado político e diretor de Negócios Jurídicos do clube.

Terminado esse processo, inicia-se a votação, que será secreta e em cédula de papel.


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