Corneteiros confiam na volta por cima do América

Henrique André - Hoje em Dia
Publicado em 30/10/2014 às 08:57.Atualizado em 18/11/2021 às 04:50.

“Acho que é um mal do americano sempre criticar tudo”. Assim, Rafael Alvarenga, de 27 anos, resume a fama de corneteiro do torcedor alviverde. Na vitória contra o América-RN, de virada, o técnico Givanildo Oliveira – invicto há nove jogos – chegou a ser chamado de burro após trocar Willians por Bruninho quando o time ainda perdia por 1 a 0. Já no próximo sábado, a torcida do Coelho terá que torcer de longe, pois o time mineiro enfrenta o ABC em Natal.

Rafael, que frequenta o Independência desde criança, estava presente no estádio com um grupo de amigos e garante que, mesmo com a corneta ligada, não abandona o Coelho nas más fases. Além disso, ainda acredita que os 48 pontos na tabela deixam o time vivo na busca pelo G-4.

Ainda de acordo com o torcedor, apoiar o América e criticar as coisas erradas no clube e no time é um costume que aprendeu com o pai, falecido há oito anos. “Perdi meu pai com 19 anos. Sempre ia com ele ao campo, mas parei por um tempo após sua morte. Quando o América caiu para a série B do Mineiro e a C do Brasileiro, senti a obrigação de voltar ao estádio. Acho que recebi uma ordem dele, lá de cima”, conta.

“Paro o meu carro na mesma vaga que meu pai parava. Parece que todo americano já possui sua vaga cativa. Nós, americanos, somos os últimos românticos do futebol”, completa o torcedor.

Atualmente, a maior crítica feita por Rafael ao clube é em relação ao trabalho da diretoria. “Vi um funcionário do Vasco conversando com um outro do América num cantinho do Independência. Ele comentou que o que aconteceu no caso Eduardo foi digno de time de várzea. Me senti extremamente envergonhado”, critica o torcedor, referindo-se aos pontos que o Coelho perdeu no STJD pela escalação irregular do lateral.

Mas Rafael não está sozinho na cornetagem. Cristiano Bicalho, de 31 anos, também aprendeu a ser americano com o pai e frequenta os estádios desde os 4 anos. Por seu comportamento durante os jogos, ganhou dos americanos o rótulo de “Rei da Corneta”. “Sou exigente e não economizo nas críticas. Na hora do jogo, então... Nem o gandula e nem o presidente escapam”, brinca com a fama.

Briga com Givanildo

Em 2012, contra o Joinvillie, Cristiano foi para o estádio só para perturbar Givanildo. “Ele não gosta de mim. Naquele jogo fui decidido a ficar cornetando o tempo todo e foi o que aconteceu. Acabou a partida e o Givanildo, incomodado comigo, saiu de campo me xingando. Nesse mesmo dia foi demitido do clube”, lembra Cristiano.
 
Derrota do Avaí motiva os jogadores do América
 
Enquanto se prepara para enfrentar o ABC neste sábado (1º) em Natal (RN), pela 33ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro, o elenco do América ganhou motivação extra após a derrota do Avaí para a Luverdense, que manteve o time mineiro a quatro pontos do G-4.

O zagueiro Adalberto, que jogou pelo América-RN, maior rival do ABC, sabe bem das dificuldades que o time poderá encontrar pela frente. “Futebol, hoje em dia, em qualquer lugar, é dentro de campo que se resolve. Nas quatro linhas, independentemente do lugar. É lógico que a gente vai ter muita dificuldade em razão da pressão da torcida, mas a gente tem que chegar lá e nos impor” comenta o zagueiro.

O volante Andrei Girotto, suspenso com o terceiro cartão amarelo, não enfrentará o ABC. Magrão deverá ser o escolhido por Givanildo Oliveira para ocupar a vaga.

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