DUPLAS DO REI

Coutinho, Garrincha, Tostão: relembre os principais companheiros de ataque de Pelé

Alecsander heinrick
@alecshms
29/12/2022 às 17:32.
Atualizado em 29/12/2022 às 17:35

Pelé e Garrincha formaram a que é considerada a melhor dupla da história do futebol (Acervo CBF)

Pelé sempre foi o principal jogador por onde passou, seja nos clubes ou na Seleção Brasileira. Mas o Rei não jogava sozinho e sempre teve companheiros de ataque que lhe fizeram render ainda mais. Três deles são os mais marcantes: Coutinho, Garrincha e Tostão.

Coutinho

Coutinho foi a melhor dupla que Pelé teve durante a carreira (Divulgação/Santos FC)

Gênio da pequena área, Coutinho é até hoje o jogador mais jovem a estrear com a camisa do Santos, com menos de 15 anos. Quando chegou ao Peixe, Pelé já fazia sucesso com grandes jogos e um média de mais de um gol por jogo. Com Coutinho, o Rei formou uma dupla que, pra muitos, é a melhor da história do futebol, e que virou até expressão sobre coisas que combinam: “é como Pelé e Coutinho”.

Juntos, a dupla dominou o Brasil por anos, vencendo cinco vezes a Taça Brasil - o Campeonato Brasileiro da época-, duas Libertadores e dois Mundiais de Clubes, além de seis Campeonatos Paulistas e quatro torneios Rio-São Paulo.

Coutinho morreu em 2019 e, Pelé, ao se despedir do amigo, disse que um dia fariam “tabelinhas lá no céu”. Os dois são apontados como a dupla de melhores tabelinhas da história do futebol.

Garrincha
Apesar de Pelé e Coutinho terem jogado mais vezes juntos e construído uma história como dupla, para muitos, a melhor dupla do Rei e a melhor da história do futebol foi com Garrincha, gênio do esporte contemporâneo do Rei. Juntos na Seleção Brasileira, já que nunca atuaram pelo mesmo clube, a dupla nunca perdeu um jogo na história.

Pelé e Garrincha se encontraram em campo pela primeira vez em 1958, quando o Brasil venceu a Bulgária por 2 a 1, em amistoso pré-Copa do Mundo, que viria a ser vencida pelos dois, com grande destaque para o Rei e auxílio do Mané. Em 1962, os dois gênios viviam o auge e fizeram a final do Campeonato Brasileiro da época, vencida pelo Rei. Na Seleção, se apresentaram para mais uma Copa do Mundo com uma enorme expectativa. No entanto, uma lesão tirou Pelé do torneio logo no segundo jogo, e Garrincha assumiu a responsabilidade, levando o Brasil ao bicampeonato.

Pelé e Garrincha se reencontraram em campo novamente na Copa de 66. O Rei, com alguns problemas físicos, mas seguindo no auge técnico, e o Mané, que já vivia decadência na carreira. O primeiro jogo daquela Copa marcou o último encontro oficial entre eles, e ambos marcaram os gols da vitória do Brasil contra a Bulgária, a mesma adversária que marcou o início da trajetória da dupla. Sem os dois jogadores bem fisicamente, a Seleção sofreu e fez uma Copa decepcionante, caindo para Portugal.

Os gênios voltaram a atuar juntos apenas em 1973, em um amistoso de despedida de Garrincha, no Maracanã. Ao todo, Pelé e Mané jogaram 40 partidas juntos, vencendo 36 e empatando quatro. Nesse período, marcaram, 55 gols, sendo 44 de Pelé e 11 de Garrincha. O Mané morreu em 1983, vítima de alcoolismo que sempre assombrou sua carreira, mas Pelé não foi ao seu velório. Em 2000, em entrevista à Revista Época, o Rei revelou que não era próximo do seu companheiro de ataque fora dos gramados.

Tostão

Pelé e Tostão, o Rei e o Rei Branco do futebol (Acervo da CBF)

A última grande dupla de Pelé foi o mineiro Tostão, ídolo máximo do Cruzeiro, que tinha sido o principal jogador do título da Taça Brasil de 1966, contra o poderoso e então pentacampeão do torneio, Santos de Pelé. Os dois jogadores atuaram juntos nas eliminatórias e nos amistosos do Brasil antes da Copa de 70, sob o comando de João Saldanha, que colocava em campo uma Seleção na formação 4-2-4, com Jairzinho e Edu, além do Rei e do Vice-Rei, apelido que Tostão ganhou por ser o companheiro de Pelé.

A dupla, no entanto, foi desfeita por conta de uma lesão no olho de Tostão, que o tirou de campo por sete meses, fazendo com que ele retornasse pouco antes da Copa do Mundo. Quando retornou, Saldanha havia sido demitido da Seleção por conta de desavenças com o governo militar, que comandava o país na época. Para o lugar dele, foi escalado Zagallo, que já chegou afirmando que era impossível jogar como Saldanha e escalar Pelé e Tostão juntos. Com isso, o novo treinador disse que o jogador do Cruzeiro seria reserva do Rei.

Zagallo mudou de ideia ao não ficar satisfeito com os centroavantes Roberto e Dario. No último jogo antes da Copa, o treinador enfim escalou Pelé e Tostão juntos, com o craque cruzeirense sendo o camisa 9, jogando a frente do Rei. O Brasil jogou bem e venceu por 1 a 0. Pelé e Tostão formaram um quinteto histórico na Copa de 70 ao lado de Gérson, Rivellino e Jairzinho, um grupo de cinco “camisas 10”, que ficaram conhecidos como Esquadrão e trouxeram o tricampeonato Mundial de volta ao Brasil. Dos 19 gols brasileiros na competição, 17 saíram dos pés do quinteto, sendo que Pelé e Tostão marcaram seis vezes.

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