CPB faz planejamento e investimento de R$ 375 milhões por meta na Paralimpíada

Thiago Fadini e Victor Rezende, especial para a AE
04/09/2016 às 09:57.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:41

O planejamento a longo prazo e o aumento de recursos, que passaram de R$ 168 milhões para R$ 375 milhões, representando um aumento de 123%, na comparação entre o ciclo paralímpico de Londres-2012 e o do Rio-2016, foram as medidas tomadas pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) para atingir a sua melhor colocação nos Jogos.

Ter quase o dobro do orçamento influenciou na evolução do paradesporto brasileiro. Com um planejamento sendo executado desde 2009, o CPB deu início à coleção de bons resultados, alcançando, além da liderança no Parapan de Toronto, com mais ouros que Estados Unidos e Canadá, um inédito sétimo lugar no quadro de medalhas de Londres-2012. Não à toa, os carros-chefe brasileiros - atletismo e natação paralímpicos - são regidos pelo próprio comitê.

"Para nós tem sido bem melhor. Ter o controle desde a iniciação até o alto rendimento é tão melhor que nós temos os melhores resultados nessas duas modalidades", disse o diretor técnico do CPB, Edilson Rocha. Além de natação e atletismo, o comitê também é o responsável pelo tiro esportivo, esgrima em cadeira de rodas e levantamento de peso. "Nada impede que tenhamos uma separação no futuro, mas hoje fazemos um grande trabalho", afirmou.

A dependência do Comitê Paralímpico do poder público é alta. Desde 2013, o órgão trabalha quase que exclusivamente com dinheiro público. Com a desistência de empresas como Unimed e Infraero em apoiarem o comitê, o poder público, nas instâncias federal e municipal, passou a repassar recursos diretamente ao esporte paralímpico por meio das leis Agnelo/Piva e Brasileira de Inclusão, de aportes do Ministério do Esporte, da Caixa Econômica Federal, do Time São Paulo (estado) e do Time Rio (município). A Braskem, que apoia o atletismo, é a única representante da iniciativa privada neste ciclo.

Na comparação entre o ciclo de Londres-2012 e o do Rio-2016, o orçamento aumentou 123%. A essa receita é somado o Bolsa Atleta, utilizado em massa pelos atletas paralímpicos brasileiros. Segundo Rocha, cerca de 90% dos esportistas utiliza o programa, enquanto 104 deles também recebem a Bolsa Pódio. Entre os atletas olímpicos, o índice dos que utilizam a Bolsa Atleta é menor: 77%.

Outro resultado do investimento é o Centro Paralímpico Brasileiro, em São Paulo, inaugurado em 2016. "A vantagem é que muitos dos atletas que levaríamos para fora vão poder fazer um bom treinamento no Brasil. A nossa piscina é a melhor do mundo", disse o diretor técnico do CPB.

RESULTADO - Com mais dinheiro e, consequentemente, mais incentivo ao paradesporto, o País quer cumprir a meta de ficar entre os cinco países mais vitoriosos na Paralimpíada. O coordenador do atletismo paralímpico do Brasil, Ciro Winckler, vê como algo possível, mas bastante difícil. "Se o Brasil pleiteia a quinta colocação, o atletismo tem que alcançar essa posição. Com a saída da Rússia, é mais difícil fazer projeções devido à migração de medalhas, mas podemos nos beneficiar, assim como outros países", afirmou.

O resultado no Rio-2016 também será positivo na visão do coordenador da natação paralímpica brasileira, Rui Menslin. Segundo ele, os atletas estão sendo bem preparados física e psicologicamente e podem fazer os melhores tempos deles na Paralimpíada. Em relação ao Top 5, Menslin é taxativo: "Nosso desejo é esse. Nos planejamos para chegar lá".
http://www.estadao.com.br

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