Oxigenação foi uma palavra constantemente usada pelo técnico Marcelo Oliveira na reta final da temporada passada. Na avaliação do comandante celeste, para vencer a Libertadores da América era preciso fazer uma mudança no grupo. O que o treinador não esperava, no entanto, era encontrar um Cruzeiro desfigurado em relação ao que finalizou a vitoriosa campanha do Campeonato Brasileiro.
“Vou ter que montar um novo time”, admite Marcelo. As perdas foram consideráveis, não esperadas pelo experiente treinador. Até agora, se despediram do clube o lateral-esquerdo Egídio, os volantes Nilton e Lucas Silva, além do meia Ricardo Goulart.
E o técnico sabe que é questão de tempo a saída de sua principal estrela. Com uma proposta milionária do Al Ahli, dos Emirados Árabes, o meia Everton Ribeiro já confidenciou ao seu comandante o desejo de respirar novos ares.
Na última sexta-feira (23), o presidente Gilvan de Pinho Tavares revelou que a negociação segue parada. Contudo, uma nova oferta, de 9 milhões de euros (R$ 27 milhões), por 60% dos direitos econômicos do jogador, que pertencem ao Cruzeiro, foi feita pelo Al Ahli. Com isso, a venda do camisa 17 estrelado deve ser concretizada.
Mudanças
Diante de tantas incertezas, Marcelo Oliveira, que também perdeu o zagueiro Dedé, por contusão, para os próximos meses, corre contra o tempo para definir o novo Cruzeiro, visando Libertadores.
A competição continental é o principal objetivo da equipe neste primeiro semestre. Mas o comandante terá muito trabalho para suprir as ausências, sobretudo no meio-campo.
Com a provável saída de Everton Ribeiro, o Cruzeiro perderá seus principais jogadores que compunham o meio, restando apenas o volante Henrique, o que obrigará o treinador montar um novo esquema.
Um dos segredos do sucesso celeste nos últimos dois anos foi justamente meio-campo, com destaque para a dobradinha formada por Ribeiro e Ricardo Goulart. Os dois sustentavam Alisson e Marcelo Moreno no ataque.
Agora, o recém-chegado volante Felipe Seymour terá a responsabilidade de substituir Lucas Silva. Com características diferentes do antigo titular, o chileno se caracteriza pelo poder de marcação.
O principal problema de Marcelo Oliveira será suprir as ausências de Ricardo Goulart e Everton Ribeiro. O primeiro ganhou fama pela versatilidade, função que Júlio Baptista não cumpre com o mesmo louvor.
O uruguaio Arrascaeta se assemelha ao estilo de Ribeiro. “Chego com muita esperança, muita força e vontade de vencer a Libertadores”, disse o jovem meia. Na última sexta-feira (23), ele foi apresentado na sede do clube, no Barro Preto, e muito festejado pela torcida cinco estrelas.
Na lateral esquerda, a tendência é que o chileno Mena, quase contratado, assuma o lugar de Egídio, cuja qualidade era a investida no ataque, ao contrário do seu possível sucessor. Já no ataque, Leandro Damião se assemelha muito ao estilo de Marcelo Moreno, que voltou para o Grêmio.
