Na próxima terça-feira (3), às 10h30, na sede da Federação Mineira de Futebol (FMF), acontece a reunião para o clássico entre Atlético e Cruzeiro, que será disputado no próximo sábado (7), às 19h, no Mineirão, pela oitava rodada do Módulo I. Além da novidade do Galo mandando o confronto no Gigante da Pampulha, o que não acontecia desde 2010, a expectativa que cerca o jogo é sobre o pedido ou não por parte do rival da carga de 10% de ingressos a que os visitantes têm direito.
A decisão oficial do Cruzeiro sairá de uma reunião do Núcleo Dirigente Transitório na manhã desta segunda-feira (2), na sede administrativa do clube, no Barro Preto. Há gente dentro do clube que acha interessante propor ao rival torcida dividida, com uma badalação em cima do confronto entre os atacantes Marcelo Moreno e Diego Tardelli, que voltaram recentemente aos dois clubes.
Torcedor cruzeirense saberá nesta segunda-feira se Núcleo Dirigente Transitório do clube pedirá a carga de 10% dos ingressos a que os visitantes têm direito no clássico do próximo sábado, contra o Atlético, no Mineirão
Mas é grande também a certeza de não aceitação. Como mandante, o Atlético tem o direito a jogar com 90% da torcida e, além disso, a renda é toda sua. Apenas duas vezes o clássico teve o Mineirão dividido a partir de 2013. Isso aconteceu na reinauguração do estádio, mas com a renda sendo toda do Cruzeiro, que era o mandante, e na Primeira Liga de 2017, quando até a arrecadação foi dividida, mas era uma competição em que os dois clubes eram promotores.
Realidade
Assim, a realidade trabalhada pela Raposa é mesmo de contar no máximo com 10% dos ingressos. Mas isso depende de outra questão. Pela regra, o visitante tem até 72 horas antes do confronto para pedir a sua carga e o pagamento precisa ser antecipado.
Em vários clássicos nos últimos anos já aconteceram acordos entre as diretorias de o visitante pegar seus ingressos em consignação. Mas isso é uma decisão do mandante, que pode também exigir o cumprimento da regra.
Envolvida no processo de controle da crise que se instalou no clube desde a última quarta-feira (26), após a precoce eliminação da Copa do Brasil pelo modesto Afogados, de Pernambuco, e depois na contratação do técnico argentino Jorge Sampaoli, anunciada na tarde deste domingo (1), a diretoria atleticana ainda não tem uma decisão tomada sobre o assunto.
E a posição do Atlético é determinante para a questão, pois se houver a decisão de pedir o pagamento antecipado e dependendo do valor do ingresso, dificilmente o Cruzeiro terá condições de fazer o pagamento por causa da grave crise financeira que atravessa.
MP e PM
No ano passado, após confusões no clássico em que disputaram pelo Campeonato Brasileiro, Atlético e Cruzeiro chegaram a se manifestar dizendo que passariam a disputar clássicos com torcida única.
Naquele momento a Raposa ainda era representada por Zezé Perrella, então gestor de futebol do clube. Mas a posição deve mudar com a decisão anunciada nesta segunda-feira.
Ainda em 2019, o Ministério Público (MPMG), e a Polícia Militar (PM) conseguiram na Justiça impedir a presença de torcida do Palmeiras na última rodada do Campeonato Brasileiro quando foi decretado o rebaixamento cruzeirense à Série B.
Já naquela época, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), a quem o Cruzeiro tinha pedido para jogar com torcida única, tinha decidido que não se teria partidas com este formato.
Segundo o órgão, ou se cumpre a regra de 10% ou se joga com portões fechados, caso o pedido de restrição seja feito pelo MP ou PM.
E esta é a linha que segue a FMF. Em entrevista ao Papo em Dia, em 22 de fevereiro, o diretor técnico da entidade, Leonardo Barbosa, revelou que existe uma recomendação do STJD que, caso aconteça pedido de jogos com torcida única, o confronto deve ser jogado com portões fechados para se evitar qualquer tipo de desequilíbrio.
Nesta segunda-feira sairá a posição cruzeirense, mas a tendeência é mesmo ter pelo menos 10% dos ingressos. No final da manhã, início da tarde da próxima terça-feira a decisão estará tomada, após reunião na FMF.