Cruzeiro e Atlético chegam desgastados à decisão após longa temporada

Alexandre Simões e Henrique André - Hoje em Dia
11/11/2014 às 08:00.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:58
 (Editoria de Arte)

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Depois de 120 dias de uma maratona iniciada em 16 de julho, Atlético e Cruzeiro entram nesta quarta-feira (12) no Estádio Independência, a partir das 22h, para disputar a partida de ida da decisão da Copa do Brasil, tendo um adversário em comum: o desgaste.

Com a média de um jogo a cada quatro dias, os comandados de Levir Culpi e Marcelo Oliveira chegam ao momento mais importante da temporada carregando nas costas o peso do desorganizado calendário do futebol brasileiro.

A análise das caminhadas dos dois rivais a partir da Copa do Mundo mostra números que explicam o desempenho atual das duas equipes. Apesar de o grupo cruzeirense ser apontado como o melhor do país, o técnico Marcelo Oliveira usou nos últimos quatro meses 27 jogadores, sendo que seis deles (Bruno Rodrigo, Tinga, Borges, Alex, Neilton e Eurico) tiveram participações muito pequenas, o que reduz a conta para 21.

Isso provocou um grande número de jogos disputados por vários titulares, como Léo, Egídio, Henrique, Lucas Silva, Éverton Ribeiro e Marcelo Moreno, o que explica, pelo menos em parte, o desgaste físico que vem sendo apresentado no segundo tempo nos últimos confrontos.

No Galo, que disputou duas partidas a mais que a Raposa (32 a 30), pois neste segundo semestre teve ainda a Recopa Sul-Americana, que conquistou em cima do Lanús, da Argentina, o técnico Levir Culpi tem jogadores importantes menos desgastados nesta reta final por causa das várias lesões que atrapalharam a vida do treinador nos últimos meses.

Marcos Rocha, Leonardo Silva e Leandro Donizete, campeões da Libertadores no ano passado, além do atacante Maicosuel, fazem parte dessa turma. Mas levar o Atlético à final da Copa do Brasil e ao G-4 da Série A não foi uma tarefa fácil, pois o time chegou a ter 15 desfalques numa única partida.

Nas suas maratonas, os dois clubes têm aproveitamentos bem parecidos, embora o cruzeirense seja um pouco superior (68% a 63%).

Na Copa do Brasil, as campanhas são praticamente idênticas. Ambos somam quatro vitórias. A diferença é que o Cruzeiro tem ainda um empate e uma derrota, e o Atlético soma duas. Por outro lado, não se pode desconsiderar o fato de a caminhada atleticana ter sido muito mais difícil nas fases anteriores, pois eliminou Palmeiras, Corinthians e Flamengo, e os cruzeirenses tiveram pelo caminho Santa Rita-AL, ABC-RN e Santos.

Zagueiros são recordistas nos dois finalistas

Os recordistas de participações dos dois lados são os goleiros titulares. Victor esteve em campo em 31 das 32 partidas disputadas pelo Atlético depois do Mundial. Ele só ficou de fora do confronto com o Atlético-PR, em 2 de novembro, por ter sido expulso diante do Sport, na rodada anterior. Fábio participou de todos os 30 confrontos do Cruzeiro neste segundo semestre.

Entre os jogadores de linha, há dois tipos de leitura, considerando-se o maior número de partidas disputadas e o tempo em campo. No Atlético, o zagueiro Jemerson, que ganhou a condição de titular com a saída do argentino Otamendi, que foi para o Valencia, da Espanha, e a contusão do capitão Réver, é líder em ambas. Ele esteve em campo em 26 dos 32 jogos do time de Levir Culpi depois da Copa e soma 2.310 minutos, a maior marca entre todos os atletas envolvidos na decisão da Copa do Brasil.

No Cruzeiro, quem mais entrou em campo foi o centroavante boliviano Marcelo Moreno, que participou de 28 das 30 partidas da equipe neste segundo semestre. Em minutos jogados, o recordista é o zagueiro Léo, que chegou a perder a condição de titular para Manoel em determinado momento. Ele tem 2.074 minutos.

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