O ambiente ganhou novos ares e o clima de desespero que havia se instalado na Toca II por causa do risco iminente de rebaixamento, ainda quando Paulo Bento era o treinador, ganhou um alento com o retorno de Mano Menezes. Mesmo com a reviravolta nos bastidores celestes, o Cruzeiro não conseguiu abandonar sua sina de derrotas no Campeonato Brasileiro. Na Vila Belmiro, a Raposa perdeu por 2 a 0 para o Santos, neste domingo (31), em partida da 17ª rodada, e mantém o seu calvário na zona de rebaixamento da competição. Os gols do Peixe foram marcados por Vitor Bueno e Lucas (contra).
O time celeste, com a derrota, a décima na competição, se mantém na 19ª colocação com apenas 15 pontos. Já os paulistas encostam na liderança e chegam aos 32 pontos.
Na próxima rodada, a Raposa enfrenta o Internacional, na quinta-feira (4), no Independência. Já o Peixe joga contra o Flamengo na quarta-feira (3), na Arena Pantanal, em Cuiabá.
O jogo
A atitude dos jogadores sob o comando de Mano Menezes se mostrou diferente em relação ao que cobrava Paulo Bento. Se com o Português o Cruzeiro jogava esperando o adversário nas partidas fora de casa, a estratégia com o novo treinador foi outra. A Raposa não se intimidou diante do Santos e, na Vila Belmiro, tomou a iniciativa se lançando ao ataque.
Tentando segurar ao máximo a bola em seu campo ofensivo, o Cruzeiro adiantava o posicionamento dos jogadores e, com isso, dava espaços ao Santos. Com um meio-campo rápido, os contra-ataques do Peixe se mostravam perigosos. Logo aos três minutos, Vitor Bueno se livrou da marcação e cruzou. Bruno Ramires rebateu para fora da área, onde Vecchio dominou bem e fez um bonito arremate, que perigosamente passou por cima da meta de Fábio.
Com a “marcação alta” e pressionando a saída de bola do Santos, a Raposa marcava boa presença no setor ofensivo. E a melhor chance do Cruzeiro aconteceu aos 17 minutos, justamente pela pressão na marcação realizada no ataque e falha do goleiro santista. Vanderlei recebeu passe de Caju e tentou uma jogada de efeito para cima de Willian. Mais esperto, o camisa 9 celeste tomou-lhe a bola e, com o gol aberto, perdeu uma ótima chance.
O Cruzeiro, apesar de ter menor posse de bola na primeira etapa (48%), esteve mais perto de abrir o placar. Aos 40 minutos, em uma triangulação ofensiva, Arrascaeta “epirrou o taco” de frente para Vanderlei. Era a chance de abrir o placar, mas faltou ao time celeste mais capricho nas finalizações e na criação das jogadas. Detalhe reconhecido pelos cruzeirenses após o fim do primeiro tempo.
“A gente sabe que jogar na Vila (Belmiro) é dificil. O jogo está equilibrado, aberto, tivemos algumas chances e estamos bem. Temos que ajustar algumas coisas, voltarmos mais fortes para alcançar o resultado positivo”, comentou Willian.
Apesar do bom futebol apresentado na etapa inicial, o Cruzeiro precisou tirar o prejuízo no segundo tempo. Fazendo valer o ditado do “quem não faz, leva”, a Raposa levou um gol aos 17 minutos, após falha de posicionamento da defesa. Vitor Bueno recebeu ótimo lançamento de Caju e, na cara de Fábio, só teve o trabalho de escolher o canto e balançar as redes: 1 a 0.
O gol jogou uma ducha de água fria no time celeste, que antes de sofrer o gol havia tido duas grandes chances, uma com Willian, aos cinco minutos, e outra com Sóbis, ao sete. O baque fez Mano Menezes agir rápido. O treinador sacou o meia Arrascaeta e apostou no argentino Ramón Ábila, contratação milionária feita pela Raposa no segundo semestre de 2016. Mas a entrada do atacante de R$ 12,6 milhões não surtiu efeito.
Sem tanta efetividade ofensiva do Cruzeiro, o Santos aproveitou para dar o golpe fatal pela segunda vez. E com “fogo amigo” do lateral-direito cruzeirense. Após cruzamento de Victor Ferraz, Lucas cabeceou bonito, mas contra o próprio patrimônio. Gol contra e Santos ampliando o placar aos 29 minutos: 2 a 0.
Com pouco mais de 15 minutos para tentar uma reviravolta, o Cruzeiro se lançou para o ataque, explorando a velocidade de Rafinha. Mas a Raposa pouco conseguiu fazer e, mais uma vez, saiu derrotada neste Campeonato Brasileiro.
SANTOS 2 x 0 CRUZEIRO
Vanderlei; Victor Ferraz, Luiz Felipe, Gustavo Henrique e Caju; Renato, Yuri (Rafael Longuine), Vecchio (Jean Mota), Vitor Bueno; Copete (Joel) e Ricardo Oliveira. Técnico: Dorival Júnior
Fábio; Lucas, Manoel, Bruno Rodrigo e Edimar; Ariel Cabral, Bruno Ramires, Robinho e Arrascaeta (Ramón Ábila); Willian e Rafael Sóbis (Rafinha). Técnico: Mano Menezes.
Vitor Bueno e Lucas (contra) (SAN)
Ricardo Oliveira (SAN); Willian (CRU)
Wagner Reway, auxiliado por Eduardo Gonçalves da Cruz e Fabio Rodrigo Rubinho
13.830
R$ 421.520,00