Cruzeiro perde por 2 a 0 para o Boca em noite de lambança da arbitragem na Bombonera

Guilherme Guimarães e Alexandre Simões
Hoje em Dia - Buenos Aires
Publicado em 19/09/2018 às 23:53.Atualizado em 10/11/2021 às 02:33.

A euforia prévia ao jogo, o desejo de uma vitória para silenciar a Bombonera ficaram apenas no sonho cruzeirense. Na noite desta quarta-feira (19), o time celeste perdeu por 2 a 0 para o Boca Juniors, no jogo de ida das quartas de final da Copa Libertadores da América, e viu sua situação ficar complicada no torneio continental.

Os gols do jogo foram marcados por Zárate, na etapa primeira, e Pablo Pérez, no segundo tempo. Agora, a Raposa, que não teve o meia-atacante Arrascaeta em campo por causa de lesão, terá que fazer algo que só onseguiu uma vez nesta temporada: vencer pelo menos por dois a zero, placar que levaria o duelo para os pênaltis. 

Apenas no jogo de volta da final do Campeonato Mineiro a equipe de Mano Menezes fez 2 a 0, contra o Atlético, e como tinha vantagens conseguiu o título, mesmo perdendo a partida de ida por 3 a 1.

A partida de volta das quartas de final da Libertadores contra o Boca Juniors está marcada para o dia 4 de outubro, no Mineirão. Antes a equipe estrelada enfrenta o Santos, neste domingo, pelo Campeonato Brasileiro, e o Palmeiras, na próxima quarta-feira, na partida de volta das semifinais da Copa do Brasil.

O Jogo

Em um dos palcos mais emblemáticos do futebol mundial o Cruzeiro que na véspera fez o conhecimento do gramado com as arquibancadas vazias, na hora do jogo sentiu todo o poder do estádio que pulsa futebol como poucos. Tudo por causa da torcida, que transforma a "cancha" em um fervoroso caldeirão.

Os cânticos empurravam o time, que pressionava o Cruzeiro. A cada toque na bola a torcida se agitava. Até nos lances em que os jogadores celestes apareciam rapidamente para tentar o desarme, os adeptos xeneizes gritavam para avisar que "o ladrão estava chegando" para tomar-lhe a bola. A sintonia entre time e arquibancada comprovava o porque do nome "La Doce" (A Doze em tradução literal), que fazia o papel do 12º jogador em campo. 

O clima era totalmente hostil e com a Bombonera completamente dominada pelo azul e amarelo dos torcedores, o gol xeneize saiu aos 35 minutos do primeiro tempo, quando o Cruzeiro fazia de tudo para não sucumbir ao forte poderio ofensivo do Boca Juniors. E não conseguiu.
O Boca abriu o placar após Pérez receber na entrada da área e dar belo passe para Zárate, pegando a defesa do Cruzeiro desprevenida. O atacante tocou na saída de Fábio: 1 a 0. Explodiu o caldeirão azul y oro (azul e ouro). 

Nitidamente o time de Mano Menezes sentia a falta de seu grande articulador do meio-campo, o uruguaio Arrascaeta, que sequer veio à Argentina por problemas musculares. Além disso, Thiago Neves esteve muito abaixo da expectativa e ficou longe de ser aquele jogador decisivo de outros mata-matas. 

Mesmo com esses problemas o time voltou o mesmo para o segundo tempo, que foi bastante movimentado e deixou o torcedor celeste totalmente irritado com a arbitragem. É que justamente quando o time havia melhorado, segurava mais a bola no ataque, um lance de choque involuntário do zagueiro Dedé com o goleiro Andrada aos 24 minutos, após muita preocupação e atendimento médico, o árbitro Éber Aquino, do Paraguai, utilizou o Árbitro de Vídeo (VAR) e após essa consulta aplicou o cartão vermelho no defensor celeste. 

A decisão contestável do árbitro acertou em cheio a equipe celeste em campo. Tanto que em um lance de bola aérea na defesa cruzeirense, a bola sobrou para Pablo Pérez na entrada da área, e com um "balaço" o Boca ampliou: 2 a 0. 

O que já estava difícil, ficou ainda mais. Com dez em campo e dois gols de diferença, a sorte está lançada para Belo Horizonte, no Mineirão, outro estádio emblemático do futebol mundial. 

No dia 4 de outubro o Cruzeiro precisará de dois gols para levar o jogo para os pênaltis. Ou de três para se classificar diretamente às semifinais e eliminar o algoz Boca Juniors.

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