Botafogo aproveita falhas do Cruzeiro e vence por 2 a 1

Wallace Graciano - Hoje em Dia
01/06/2013 às 18:31.
Atualizado em 20/11/2021 às 18:45

Os descuidos na defesa e a afobação no ataque foram decisivos para que o Cruzeiro saísse derrotado por 2 a 1 na tarde deste sábado (1º), diante do Botafogo. A Raposa até que mostrou bom futebol no estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda (RJ), mas foi afoita na horas decisivas e deixou que a boa equipe alvinegra conseguisse o triunfo, que a coloca provisoriamente na liderança do Campeonato Brasileiro, com sete pontos. Também de forma provisória no quinto lugar, com quatro pontos, o Cruzeiro terá agora de "secar" vários adversários na complementação desta terceira rodada para permanecer bem posicionado na tabela.

O time celeste tentará se recuperar do revés diante do Corinthians. Os clubes se enfrentarão na próxima quarta-feira, às 22 horas, na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas. Na mesma data e horário, o clube de General Severiano encara o Bahia, no estádio Lourival Baptista, em Aracaju, Sergipe.

Parelhos

O duelo deste sábado colocou frente a frente duas das equipes que melhor trataram a bola neste primeiro semestre no futebol brasileiro. Com propostas ofensivas, Cruzeiro e Botafogo se notabilizaram por rápidos toques e movimentação constante para surpreenderem os adversários que toparam por seus caminhos. Era a promessa de um bom jogo. O que foi cumprido.

Desde os primeiros minutos, era nítido que os clubes mostravam uma qualidade técnica parelha, dando a entender de que a partida seria decidida nos pequenos erros. O Botafogo, com movimentação constante dos seus três homens de criação, foi quem tomou a iniciativa e foi premiado com um gol logo cedo. Aos seis minutos, Vitinho escapou em velocidade, sem objeção, após falha na saída de bola de Leandro Guerreiro. O rápido atacante chegou pela esquerda e chutou forte na saída de Fábio. Com o pé, o arqueiro salvou parcialmente, mas a pelota caiu no outro lado, onde Lodeiro esperava livre para completar para a rede. 1 a 0.

Se na marcação a Raposa não estava acertada, seu setor ofensivo ao menos levava perigo ao gol adversário. Dagoberto dava trabalho pela ala esquerda, enquanto Diego Souza tentava achar brechas na marcação. Não se abatendo com a adversidade, o time estrelado passou a ser mais constante na frente e foi desenhando seu gol. Aos 23 minutos, Anselmo Ramon teve duas incríveis oportunidades de anotá-lo, mas chutou em cima de Renan em ambas. Na jogada seguinte, entretanto, ele contou com a sorte para igualar o marcador, quando pegou rebote e chutou com força na trave, que devolveu a pelo nas costas do arqueiro alvinegro. 1 a 1.

Nos minutos seguintes, o time estrelado perdeu outras três boas oportunidades, duas delas por excesso de preciosismo, com Éverton Ribeiro, aos 27, quando segurou demais a bola e tentou cavar pênalti ao ser cercado, e Dagoberto, aos 30, quando o atacante tentou carregar a bola em um espaço curto. Entretanto, o resultado ao final da primeira etapa se mostrou justo, já que ambas as equipes mostraram qualidade na movimentação.

Descuido decisivo

A etapa complementar começou agitada. Assim como nos últimos momentos do primeiro tempo, o Cruzeiro chegou com maior perigo quando teve as rédeas da partida em mãos. Com chutes de Diego Souza, Éverton Ribeiro e Dagoberto, aos 5, 7 e 8 minutos, respectivamente, a Raposa deixou a entender que o gol de desempate era questão de tempo. Realmente era, mas foi do outro lado.

Isso porque aos 10 minutos, Nilton, de forma infantil, tentou afastar uma bola espirrada na entrada da área celeste com uma bicicleta. O problema é que ele esbarrou no adversário, levando o árbitro a apontar a marca do cal. Ficou a dúvida se deveria ser jogo perigoso ou pênalti, mas já era tarde para consertar o erro. Lodeiro ajeitou a bola com carinho e chutou com força no meio do gol para desempatar a partida. 2 a 1.

A força mostrada pela Raposa antes do fatídico pênalti não se repetiu. Ao desenrolar das jogadas, o Cruzeiro se mostrou afobado e não conseguiu concluir com precisão ao gol defendido por Renan. Quando o fez, aos 33 minutos, Luan esbarrou na trave, após completar cruzamento rasteiro.

Mais equilibrado, o Botafogo quase ampliou a vantagem com Vitinho e Seedorf. Na primeira, aos 30 minutos, o meia-atacante chutou cruzado e a bola só não entrou porque Egídio salvou em cima da linha. Já o holandês teve uma incrível oportunidade de “matar” a partida aos 39, quando recebeu de frente para o gol, mas chutou por cima.

O Cruzeiro teve maior presença ofensiva, é verdade. Porém, a Raposa voltou a perder o equilíbrio nos momentos-chave, seja por um erro de marcação ou mesmo pela ânsia na finalização. De certa forma, o resultado foi “justo”.

Se há um boa situação para sofrer uma derrota é essa. Os comandados de Marcelo Oliveira chegaram a mostrar qualidade frente a uma equipe forte, que erra pouco, o que não ocorre no Cruzeiro. Mudar algumas características e manter o equilíbrio podem ser soluções para que a Raposa volte a traduzir o domínio sobre seus adversários em vitória.

 

FICHA TÉCNICA

BOTAFOGO 2 X 1 CRUZEIRO

BOTAFOGO: Renan, Lucas, Antônio Carlos, Bolívar, Julio César; Marcelo Mattos, Gabriel (Lucas Zen), Vitinho, Nicolás Lodeiro (Renato) e Clarence Seedorf; Rafael Marques. Técnico: Oswaldo de Oliveira

CRUZEIRO: Fábio, Ceará, Dedé, Bruno Rodrigo, Egídio; Leandro Guerreiro (Lucas Silva), Nilton, Éverton Ribeiro (Ricardo Goulart), Diego Souza; Dagoberto (Luan) e Anselmo Ramon. Técnico: Marcelo Oliveira

Gols: Lodeiro (aos 6'), aos Anselmo Ramon (aos 24' do 1º tempo); Lodeiro (pen.) (aos 11' do 2º tempo)

Motivo: Jogo válido pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro

Data: 1º de junho de 2013

Estádio: Raulino de Oliveira

Local: Volta Redonda (RJ)

Arbitro Wilton Pereira Sampaio (GO)

Árbitros assistentes: Evandro Gomes Ferreira (GO) e Marcio Soares Maciel (GO)

Árbitros assistentes adicionais: Devarly Lira do Rosario (ES) e Dyorgines Jose Padovani de Andrade (ES)

Público: 2.685 pagantes (4.460 presentes)

Renda: R$ 89.873,00

Cartões amarelos: Bruno Rodrigo e Leandro Guerreiro (Cruzeiro); Marcelo Mattos e Lucas (Botafogo)

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