As últimas partidas do Cruzeiro no Independência foram marcadas por conflitos entre integrantes de duas organizadas do clube, a Máfia Azul e a Pavilhão Independente. Nas partidas contra São Paulo e Flamengo, componentes das duas torcidas entraram em conflito nas ruas do entorno do estádio, provocando correria e prisões.
“Muro de concreto, ruim de derrubar”, era o lema que simbolizava a união dos vários comandos da Máfia Azul. O muro desmoronou há quatro anos e dois grupos da maior torcida do Cruzeiro debandaram para outra organizada. Desde então, seus integrantes passaram a entrar em conflito nos dias de jogos.
“É uma situação que nos foge ao controle, porque acontece nas ruas do entorno do estádio. Daí torna-se um caso de polícia e de segurança”, explica o diretor de marketing do Cruzeiro, Marcone Barbosa, que já pediu providências à Polícia Militar, inclusive colaborando com informações.
As diretorias das duas organizadas trocam acusações. Segundo o presidente da Máfia Azul, Múcio Reis, os integrantes da Pavilhão eram da sua torcida e foram expulsos por causa das brigas e arrastões que faziam dentro do Mineirão.
“Depois que foram expulsos, eles vão aos jogos arranjar briga com a Máfia. Eles não têm cadastro e sede. A intenção deles é nos prejudicar, porque somos registrados e passíveis de uma punição do Ministério Público”, denuncia Reis.
O presidente da Pavilhão Independente, Everaldo Alisson Marques, alega que os motivos da dissidência foram outros. “A diretoria da Máfia desviava ingressos e não explicou o destino de uma kombi e um lote que foram doados à torcida. Daí formamos uma oposição lá dentro e fomos expulsos”, rebate.
“Fomos para a Pavilhão Independente, que já existia, e a torcida passou a crescer. A Máfia não aceita isso”, afirma Everaldo.
O tenente-coronel Cícero Cunha, comandante do Batalhão de Eventos da Polícia Militar, conta que somente na partida contra o Flamengo foram feitas 13 prisões, sendo 10 de integrantes da Pavilhão Independente. Segundo ele, a polícia tem procurado os dirigentes das duas organizadas pra acabar com os conflitos.
“A maior dificuldade é conter os integrantes da Máfia Azul, que são numerosos. A sua própria direção admite que não tem controle sobre eles”, explica o militar. Enquanto polícia, clube e organizadas, no caso delas, literalmente, batem cabeça, as famílias que vão ao estádio ficam expostas à violência.
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