Quando Ernesto Farías teve seu contrato encerrado com o Cruzeiro, em agosto do ano passado, muitos integrantes da diretoria comemoraram como se fosse um título. Afinal, manter o inoperante atacante na Toca da Raposa não foi nada barato. Durante os quatro anos que defendeu o time azul, sendo três inativos, Farías custou ao clube quase R$ 10 milhões, devido ao seu alto salário de R$ 200 mil por mês.   Passados cinco meses desde a saída do argentino, o Cruzeiro convive com outro problema, que pode sair caro no final. Com contrato em vigor até dezembro de 2016, o volante Charles, cujo salário supera os R$ 150 mil mensais, se tornou o novo Ernesto Farías da Toca da Raposa.   Sem atuar desde o fim de 2013, quando defendeu o Palmeiras, o jogador passou 2014 treinando em separado. A pedido do clube, seu horário de atividade era diferente dos demais companheiros. Geralmente, Charles chegava à Toca às 13h e tinha que sair antes da chegada do restante da delegação.   Na próxima quarta-feira, os atletas celestes se reapresentam para a temporada 2015. Como não faz parte dos planos de Marcelo Oliveira, Charles permanecerá treinando à parte dos demais jogadores.   A ideia da diretoria é emprestá-lo a algum clube. No ano passado, Charles teve algumas propostas, mas decidiu permanecer no Cruzeiro, mesmo treinando em separado. “Ele teve várias propostas para sair. O América, o Vitória, a Chapecoense, todos esses clubes demonstraram interesse nele, mas o jogador decidiu permanecer no Cruzeiro”, disse o supervisor de futebol do Cruzeiro, Benecy Queiroz.   Segundo Benecy, a diretoria não irá “forçar a barra” para negociar o jogador. “Ele tem uma proposta do Botafogo e já foi comunicado pelo Cruzeiro que não faz parte da relação de jogadores para este ano”, afirmou Benecy.    A reportagem tentou contato com Charles no domingo, mas ele não foi encontrado. O volante foi revelado pelo Cruzeiro e emprestado ao Ipatinga em 2005. Na ocasião, ele foi um dos destaques do Tigre, campeão mineiro daquele ano.  Antes de voltar ao Cruzeiro, Charles também passou pela Cabofriense. Sua primeira oportunidade com a camisa azul foi em 2007, com o então técnico Dorival Júnior.   A boa performance chamou a atenção do Lokomotiv, da Rússia, que desembolsou 5 milhões de euros para contar com o atleta, em 2008. Sem se adaptar ao clima russo, Charles voltou ao clube celeste, por empréstimo, em 2011 e, em março de 2012 foi contratado em definitivo por quatro temporadas.

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