A ponta já foi espaço de jogadores geniais, como Garrincha e Joãozinho. Depois, ficou relegada a segundo plano no futebol, até ser praticamente extinta. Nos anos 1980, um personagem humorístico da tevê, eternizado por Jô Soares, ficava exaltado, com o seguinte bordão: “Bota ponta, Telê, referindo-se ao então técnico da Seleção Brasileira.
Mesmo sem especialistas da posição, as jogadas pelas laterais do campo são fundamentais para furar retrancas e contribuir, de forma decisiva, para a conquista dos três pontos. E essa tem sido a arma utilizada pelo Cruzeiro para superar os adversários neste início de temporada.
Os quatro gols das vitórias sobre Atlético (2 a 1) e América-TO (2 a 0), ambas no Mineirão, foram originados de jogadas pelas laterais, três pela esquerda, e outro da direita.
Contra o Galo, Leandro Guerreiro cruzou, da esquerda, para Anselmo Ramon dividir com Marcos Rocha, que cabeceou contra o seu próprio gol. No segundo, Anselmo Ramon, como um verdadeiro ponta, escapou pela esquerda e cruzou com precisão para Dagoberto, de cabeça, marcar.
Na rodada seguinte, os três pontos sobre o time de Teófilo Otoni foram obtidos com gols em que a arma usada para envolver o adversário foi novamente as laterais.
Na abertura do placar, Ceará, pela direita, cruzou para Anselmo Ramon marcar de letra. A vitória foi consolidada depois que Everton subiu pela esquerda e cruzou, mas a bola foi interceptada pela mão de um adversário. Dagoberto cobrou o pênalti e marcou. Até mesmo no empate sem gol com o Guarani, no último domingo, em Nova Serrana, as melhores jogadas cruzeirenses foram pelas laterais.
Numa delas, Anselmo Ramon cruzou, mas Dagoberto “furou” e desperdiçou a chance. Em outro cruzamento , desta vez de Egídio, Diego Souza obrigou o goleiro Leandro a fazer excelente defesa para segurar o 0 a 0.
Dagoberto
O atacante Dagoberto, que atua pelas laterais, está aproveitando a pausa no calendário – o time só volta a jogar no próximo dia 2 de março – para aprimorar o condicionamento físico.
Quinta-feira (21), ele se dedicou à parte física e não participou da atividade técnica com os demais companheiros.
Por não estar no condicionamento físico ideal, o atacante ainda não completou 90 minutos de uma partida.