Mais que uma expressiva vitória numérica por 5 a 0, o Cruzeiro deu ao seu torcedor na noite desta terça-feira (16), um verdadeiro espetáculo de futebol, ao apresentar tramas envolventes e fazer do Nacional um mero coadjuvante de seu show. Com gols de Éverton Ribeiro, Dagoberto e Élber, a Raposa construiu a goleada, que contou ainda com dois tentos do zagueiro Léo, jogador que completava 100 partidas com a camisa celeste.

Com o impiedoso placar, o time da Toca da Raposa chegou aos 28 pontos e não pode ser mais alcançado pelo rival Atlético na liderança do Campeonato Mineiro. O time celeste também tomou do alvinegro o status de melhor ataque da competição, chegando aos 29 gols assinalados, um a mais que o Galo. A equipe estrelada também é dona da melhor defesa do torneio, sendo vazada em apenas nove oportunidades, assim como ocorreu com o Villa Nova e a Caldense.

Na próxima rodada, a Raposa colocará seus números absolutos à prova diante do Tupi, em Juiz de Fora, em partida que ocorrerá às 16 horas do domingo. Na mesma data e horário, o Nacional tentará ao menos um empate diante do Araxá para que o time do Triângulo Mineiro não o ultrapasse na tabela e o jogue para a zona da degola. O jogo ocorrerá no estádio Bernardo Queiroz, em Patos de Minas.

Magistral

Parecia que era por música. Durante os 45 minutos iniciais da primeira etapa, a Raposa envolveu o Nacional de forma que o adversário se tornou um mero expectador do espetáculo apresentado pela equipe estrelada. Com um futebol envolvente e dinâmico, o time celeste fez lembrar os versos de ““vamos embora, vamos ligeiro, rápido e rasteiro como o ataque do Cruzeiro”, que embalavam a equipe durante a década de 60. 

Parte disso, se deve ao quarteto composto por Ricardo Goulart, Éverton Ribeiro, Dagoberto e Borges. Eles regiam o setor ofensivo com toques rápidos de primeira e constantes trocas de posição, que deixaram o adversário atordoado. Como aconteceu, por exemplo, aos 14 minutos, quando Ricardo Goulart recebeu passe de Leandro Guerreiro pela meia-cancha. De letra, o meia-atacante achou Éverton Ribeiro, que chutou rasteiro no canto esquerdo de Rodrigo Posso para abrir o marcador. 1 a 0.

Esse mesmo quarteto voltou a apresentar uma bela trama quatro minutos depois, quando Ricardo Goulart voltou a mostrar sua visão de jogo apurada, aproveitou um espaço entre dois marcadores para achar Borges. O centroavante distribuiu rapidamente o jogo para Dagoberto, que surpreendeu chutando logo ali na intermediária. Rodrigo Posso deve ter ficado confuso pela rápida jogada e não segurou a gorduchinha, que foi parar no barbante. 2 a 0.

Mas não era só o setor ofensivo que tinha o que celebrar. Lá atrás, o zagueiro Léo, completava sua centésima partida com a camisa celeste. E ele também queria fazer a festa. E conseguiu, aos 22 minutos, quando o bate-rebate resultou em um passe para ele, que chutou cruzado para soltar o grito da garganta. 3 a 0. Porém, como não estava satisfeito, o defensor voltou a curtir uma de atacante aos 31 minutos e novamente balançou as redes, aproveitou cruzamento pela esquerda e subiu mais que a zaga do Búfalo. 4 a 0.

Mais que os quatro tentos na etapa inicial, o Cruzeiro apresentou um futebol de alto quilate. Tramas envolventes resultaram em lances de extremo perigo ao gol defendido por Rodrigo Posso. Em outras oportunidades, o talento individual sobrepujava ao coletivo, como aos 30 minutos, quando Dagoberto recebeu cruzamento na entrada da pequena área e, em um curto espaço, dominou no peito e chapelou o goleiro. Porém, ele não contava que Luizão chegasse a tempo para impedir o que seria um gol de placa. Nada a se lamentar. Durante os 45 minutos iniciais, a bola foi bem tratada pela Raposa, que não deixou brechas nem para se colocar a pouca qualidade do Búfalo em questão.

Ritmo de festa

Como era de se esperar, a Raposa diminuiu um pouco seu ímpeto ofensivo. Durante os minutos finais do embate, os comandados de Marcelo Oliveira cadenciaram o jogo e chegaram à meta rival com menor intensidade, o que não quer dizer necessariamente que não deixaram de assustar o arqueiro Rodrigo Posso.

Élber, por exemplo, buscou o gol incessantemente, uma vez que queria manter o ritmo de Éverton Ribeiro, que lhe deu lugar no campo aos 7 minutos. O jovem meia-atacante celeste tratou de construir boas jogadas e deixar a zaga do Búfalo apreensiva, como aos 13, quando chutou rente à trave. Aos 30, porém, foi mais feliz, ao dar continuidade à bela jogada de Ricardo Goulart e chegar à entrada da área e cutucar no canto de Rodrigo Posso. 5 a 0 no marcador.

Apesar do placar da segunda etapa não ter sido dilatado como outrora, o Cruzeiro continuou empolgando sua torcida, chegando até mesmo a anotar outros dois tentos, que foram anulados. Se esses gols não entraram para as estatísticas, ficou o espetáculo apresentado e a certeza de seus torcedores que a cada partida os comandados de Marcelo Oliveira evoluem seu futebol. E Dedé está chegando para reforçar essa equipe...

FICHA TÉCNICA

CRUZEIRO 5 X 0 NACIONAL