O Cruzeiro terá pela frente, nas quartas de final da Copa Libertadores, um freguês histórico, o River Plate, pois venceu todas as decisões que disputou contra o time argentino e sempre levou a melhor nos confrontos de mata-mata entre eles.
A supremacia cruzeirense começa de forma histórica, na decisão da Libertadores de 1976, pois os dois times eram verdadeiros esquadrões. De um lado, craques como Raul, Nelinho, Zé Carlos, Jairizinho, Palhinha e Joãozinho. Do outro, Fillol, Perfumo, J. J. López, Sabella, Luque e Oscar Más.
No jogo de ida, no Mineirão, o Cruzeiro goleou por 4 a 1. Na volta, no Monumental de Núñez, levantaria a taça com um empate, mas foi derrotado por 2 a 1.
Naquela época, o saldo de gols não era considerado e no caso de uma vitória para cada lado, ou dois empates, acontecia um jogo desempate, em campo neutro.
Cruzeiro e River Plate brigaram pela primeira taça continental de suas histórias no Estádio Nacional, em Santiago. Depois de abrir 2 a 0 no placar, a Raposa permitiu o empate. Aos 43 minutos do segundo tempo, numa falta próxima à meia-lua, todo mundo se preparava para uma cobrança de Nelinho, quando Joãozinho se antecipou e acertou o canto direito de Landaburu, substituto de Fillol, que tinha se machucado no Mineirão. A América era cruzeirense.
Em 1985, os dois clubes decidiram o Torneio 20 anos do Mineirão. O Cruzeiro venceu por 1 a 0, com um golaço do centroavante Mirandinha, que do meio da rua encobriu o goleiro Pumpido, campeão mundial com a Argentina menos de três meses antes, no México. Aquele time do River contava ainda com estrelas como Ruggeri, Gallego, Gorosito, Enrique e o uruguaio Francescoli.
Em 1991, a segunda final sul-americana entre os dois clubes, dessa vez valendo a Supercopa. O River Plate venceu a partida de ida, no Monumental de Núñez, por 2 a 0, e jogava no Mineirão podendo perder por até um gol de diferença. Inspirado, o Cruzeiro fez 3 a 0, com destaque para Mário Tilico, autor de dois gols.
Em 1991, a festa também foi em cima dos "Milionários" (Foto: Arquivo Hoje em Dia)
TUMULTO
No ano segundo, os dois clubes fizeram duelos carregados de rivalidade nas quartas de final da Supercopa. Depois de cada um vencer por 2 a 0, jogando em casa, o Cruzeiro seguiu para a conquista do bi da competição vencendo nos pênaltis, em pleno Monumental de Núñez.
A partida de volta foi muito tumultuada e teve Luizinho expulso aos 35 minutos do segundo tempo, Boiadeiro aos 38, e dois pênaltis marcados pelo chileno Enrique Marín para o River aos 42 e 44. No segundo, Paulo César Borges chegou a defender a cobrança de Ramón Díaz, mas Silvani marcou no rebote.
O zagueiro Adilson, que entrou em campo após a expulsão de Luizinho, voltava a jogar depois de uma longa inatividade, por causa de uma fratura na perna. Logo nos primeiros lances sofreu uma pancada e sofreu nova fratura. Na comemoração, os jogadores do Cruzeiro quebraram todas as luzes do túnel de acesso ao vestiário com pedaços das cadeiras, que foram arremessados no campo pelos torcedores argentinos.
Foi a última vitória do River sobre o Cruzeiro, pois os quatro confrontos pela fase de grupos da Copa Mercosul, em 1998 e 1999, foram vencidos pelo Cruzeiro.
RECOPA
Em 1999, as duas partidas valeram também pela final da Recopa Sul-Americana de 1998, que os dois clubes teriam de disputar por terem vencido a Libertadores (Cruzeiro) e a Supercopa (River Plate), em 1997. Por falta de datas, a disputa foi adiada. Foi a quarta conquista cruzeirense sobre o time de Núñez.
O confronto entre Cruzeiro e River Plate nunca teve um empate. São nove vitórias cruzeirenses e três argentinas. A Raposa marcou 23 gols e sofreu 10.