Defesa do Cruzeiro sofre com altos e baixos do zagueiro Dedé

Alberto Ribeiro - Hoje em Dia
Publicado em 14/10/2014 às 07:39.Atualizado em 18/11/2021 às 04:36.

O apelido de mito ecoado nas arquibancadas pela China Azul não vem justificando as apresentações dentro de campo. Contratado pelo Cruzeiro como maior reforço para a zaga, Dedé chegou à Toca da Raposa com o status de ídolo.

As cifras investidas pela diretoria estrelada justificam isso. Foram desembolsados cerca de R$ 14 milhões por 45% dos direitos econômicos do badalado jogador, que veio do Vasco, a maior contratação da história da Raposa.

Pouco mais de um ano depois, a trajetória do camisa 26 com o time azul está cheia de altos e baixos. Dedé tem sido lembrado mais pelas trapalhadas dentro de campo do que pelas bolas roubadas dos adversários.

A última cena protagonizada por ele foi na derrota para o Flamengo, por 3 a 0, no último domingo, quando o zagueiro tentou interceptar cruzamento do atacante Alecsandro e mandou a bola para a rede de Fábio.

“É uma jogada fácil de cortar. Mas o Dedé foi muito estabanado para a bola. Isso é um dos principais defeitos dele. Não tem colocação em campo”, opina Procópio Cardoso, zagueiro do Cruzeiro nos os anos 1960 e 1970.

“Na realidade, na minha opinião, ele é um jogador que ganhou mais a fama de mito, como a torcida gosta chama-lo, do que realmente é. Ele é esforçado, tem velocidade, mas acho que é um jogador muito afobado”, completa o ex-defensor celeste.

Campeão da Taça Brasil com o time estrelado em 1966, Procópio acredita que a afobação demonstrada por Dedé o prejudica. Para ele, o camisa 26 precisa aprender a fazer a “leitura” do jogo.

“Essa afobação prejudica muito. Ele tem muita qualidade, uma velocidade sensacional. Isso é uma qualidade primordial que o zagueiro precisa ter. O Dedé tem tudo para ser o maior zagueiro do Brasil. Além da velocidade, tem raça, impulsão, mas falta uma característica importantíssima: saber se posicionar, e isso ele não sabe”, destaca.

“Talvez não seja culpa dele, ele precisa ser orientado, tem que saber fazer a leitura do jogo. Um zagueiro que não estuda, não prevê o que adversário vai fazer, é isso é muito prejudicial”, finaliza.

Herói e vilão

Essa não é a primeira vez que Dedé é lembrado pela torcida como vilão. Na memória do torcedor ainda está viva a lembrança das falha do jogador diante do mesmo Flamengo nas oitavas de final da Copa do Brasil, em 2013, e nos dois jogos contra o San Lorenzo, pelas quartas de final da Libertadores deste ano.

Mas o zagueiro também se destacou por boas atuações, como em grande parte da campanha do Nacional de 2013 e deste ano. Um exemplo em 2014 foi na vitória estrelada por 1 a 0 sobre o Grêmio, pela 16ª rodada, quando lançou a bola na cabeça de Dagoberto, no Mineirão.

Nas últimas rodadas, no entanto, os erros do Cruzeiro não partem apenas de Dedé. A Raposa vem pagando caro por vacilos individuais. No revés para o Flamengo, Manoel também pecou na marcação no segundo gol do rubro-negro. Contra o Corinthians, a falha foi do volante Henrique.
 
Jogo difícil contra o ABC requer muita concentração
 
Os erros no Campeonato Brasileiro ficaram para trás. O foco dos jogadores do Cruzeiro agora é na Copa do Brasil. Nesta quarta-feira (15), às 22h, na Arena das Dunas, em Natal, no Rio Grande do Norte, a Raposa decide a vaga nas semifinais contra o ABC.

Como venceu o confronto de ida por 1 a 0, o time comandado por Marcelo Oliveira joga pelo empate. O treinador cruzeirense será obrigado mais uma vez a mexer na equipe.

Sem poder contar com os meias Ricardo Goulart, contundido, e Everton Ribeiro, que está com a Seleção Brasileira, ele também não terá o reforço do atacante Marquinhos, que já disputou o torneio nacional pelo Vitória.

A tendência é que Willian assuma a função. Nilton, que foi titular na derrota para o Flamengo, deve retornar ao banco de reservas para a entrada do contestado Marlone.

Cientes das dificuldades que encontrarão, os jogadores do Cruzeiro pedem concentração total. “Não tem tempo para lamentar o Brasileiro. Agora é pensar no ABC, vai ser um jogo difícil, mas a gente espera vencer e avançar na Copa do Brasil”, disse o lateral esquerdo Egídio.

Ele garante que o time vai em busca da vitória. “Agora é outro campeonato, outra história. A Copa do Brasil é mata-mata, então não podemos errar. Agora é fazer de tudo para ganhar e retomar a confiança da nossa equipe”, completa.

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