Grandes ídolos do Cruzeiro surgiram na lateral esquerda. Desde Nininho, na década de 1920, passando por Vanderlei, nos anos 60 e 70, até Nonato e o argentino Sorín, em equipes mais recentes. Atual dono da posição, Fabrício inicia a caminhada na Toca da Raposa e ainda está longe de conquistar a China Azul.

Os primeiros passos, no entanto, já estão sendo dados. O estilo “bad boy” protagonizado no Internacional, quando teve uma desavença com a torcida colorada, está no passado. Agora, o jogador parece ter caído nas graças do técnico Vanderlei Luxemburgo.

No Cruzeiro desde abril, Fabrício fez apenas seis jogos com a camisa estrelada. Contra o Atlético-PR, ele foi importante na vitória celeste por 2 a 0 e ganhou pontos na disputa pela vaga. Afinal, o chileno Mena, antigo titular, está de volta após a conquista da Copa América.

“Quando cheguei ao Internacional, o Kléber era titular e eu sofri para jogar. O Mena foi campeão merecido, e isso é um a dor de cabeça para o Luxemburgo. Cada um tem que saber o que fazer para ajudar o Cruzeiro. Se eu fizer besteira, posso sair do time”, disse.

Dificuldades

Superar desafios não é uma novidade na vida do lateral. Caçula em três irmãos, o jogador teve uma infância dura no bairro São Miguel Paulista, na Zona Leste de São Paulo. Bastava uma chuva para ele sair mais cedo do colégio com a missão de ajudar os pais a “salvar” os móveis antes de a água invadir a casa.

A dificuldade era tanta que ele prometeu aos pais uma vida melhor por meio do futebol, quando ainda tinha 15 anos. Em pouco tempo, cumpriu a promessa e presenteou o pedreiro Reginaldo e a faxineira Maria Vilma com um apartamento para cada um. “Comprados na mesma hora, para não dar ciúme”, brincou o jogador, em entrevista concedida no CT Parque Gigante, em março.
 

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