“Time grande não cai”. “Desde 1921 na Primeira Divisão”. A negação ao rebaixamento é uma marca cruzeirense desde 2005, pois a queda do Atlético à Série B se transformou num argumento considerado decisivo pela China Azul nas discussões com os rivais.
O 2019, que começou com a esperança da reconquista da América, vai chegando ao final com o enredo mais dolorido que o cruzeirense poderia ter, pois seu time está a um passo da Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro.
Está longe de ser uma história curta o possível rebaixamento azul. Muito pelo contrário. O uso do Cruzeiro, seja política ou financeiramente, é uma prática de décadas.
O descontrole financeiro do clube é uma marca desta década, que começou com uma dívida de R$ 117 milhões, mas vai terminar com ela superando o meio bilhão.
Nos últimos dois anos, o Cruzeiro virou caso de polícia, pois mais que descontrole, foram cometidos crimes por alguns de seus gestores.<EM>
Semana
De toda forma, não há como tirar dessa semana o papel de protagonista da crise no que se refere exclusivamente ao futebol. Na segunda-feira, antes da volta à zona de rebaixamento com a vitória de 1 a 0 do Fluminense sobre o CSA, em Maceió, o diretor de comunicação Valdir Barbosa anunciou que os jogadores não falariam mais com a imprensa.
Na quinta-feira, com direito a pênalti perdido pelo “decisivo” Thiago Neves, o time não conseguiu vencer o praticamente rebaixado CSA dentro do Mineirão.
Após a penalidade perdida, as organizadas, que não perdem a chance de prejudicar o clube com episódios de violência dentro do Gigante da Pampulha, protagonizaram mais um show de horrores.
Abel Braga não resistiu à derrota e entregou o cargo, mas após o jogo não havia mais nenhum dirigente com poder de decisão no Mineirão. Pires de Sá e Perrella não esperaram o fim do jogo para deixar o estádio.
Perrella, que em todas as entrevistas diz que está se sacrificando para ajudar o Cruzeiro neste momento difícil, após quase dois meses à frente do futebol do clube, não acrescentou nada, pois o time não subiu na tabela apesar da fragilidade dos rivais na batalha contra a degola.
Apesar do cenário, Adilson Batista não recusou o convite de voltar à Toca II num momento tão conturbado, pois garante acreditar no elenco cruzeirense.
Neste sábado, se o Ceará não vencer o Athletico-PR, às 19h, no Castelão, o Cruzeiro terá mais uma chance de deixar o Z-4 caso vença o Vasco, na segunda-feira, às 20h, em São Januário.
É difícil acreditar, mas: “vamo aguardá!”.