No apagar das luzes, Cruzeiro evita derrota para o Cerro Porteño

Wallace Graciano - Hoje em Dia
17/04/2014 às 00:05.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:09

(André Brant)

Alívio. Com um gol de Samudio, já no “apagar das luzes”, o Cruzeiro conseguiu um comemorado empate por 1 a 1 contra o Cerro Porteño, nesta quarta-feira (16), no Mineirão, em partida que abriu a participação celeste na fase de mata-mata da Libertadores. Após sofrer um gol em um momento que dominava a partida e sufocava o adversário, a Raposa se perdeu em campo após o revés, não conseguindo ultrapassar o ferrolho paraguaio. Quando as esperanças já eram escassas, o lateral mandou a bola para dentro aos 48 minutos do segundo tempo e manteve o time celeste vivo nas oitavas.   Com o empate, o Cruzeiro será obrigado a vencer o Cerro Porteño, no Paraguai, ou empatar a partida, desde que marque dois gols. Se o resultado for o mesmo desta noite, o confronto, que será disputado no dia 30 de abril, em Assunção, irá para os pênaltis. Derrota ou empate por 0 a 0 elimina a Raposa do torneio. O palco do embate será o estádio General Pablo Rojas (também conhecido como La Olla Azulgrana). A partida terá início às 22 horas.    Antes, a Raposa fará dois duelos pelo Campeonato Brasileiro. No domingo (20), visita o Bahia, na Fonte Nova, provavelmente com um time reserva ou misto. Uma semana depois, recebe o São Paulo, no Parque do Sabiá, em Uberlândia.    Um lance   Quando optou por Elber na vaga do contundido Ricardo Goulart, Marcelo Oliveira queria que sua velocidade ajudasse o setor dianteiro celeste a superar o “enjoado” time montado por Arce. Afinal, do outro lado tinha uma defesa bem posicionada, que sabia encurtar espaços. O jovem meia-atacante seguiu à risca as ordens e constantemente puxou a marcação. Porém, faltava mais efetividade de seus companheiros, que chegavam bem, mas concluíam mal ou esbarravam no goleiro adversário.    Nos primeiros 25 minutos de jogo, o Cruzeiro empurrou o Cerro contra seu próprio campo. Era pressão constante. Os chutes eram dados na primeira brecha. Foram oito oportunidades claras de gol. Porém, a bola teimava em não chegar ao barbante. Havia um pouco de ansiedade ali, além de méritos do rival que marcava bem.    Pupilo de Scolari, Arce sabia como atuar uma Libertadores. Manteve uma defesa sólida para suportar a pressão adversária e fez com que seu time jogasse “por uma bola”. E ela veio. Aos 31 minutos, em escanteio, logo uma das grandes forças do time celeste, Fábio defendeu parcialmente uma bola cabeceada por Ortiz, mas Corujo pegou rebote na entrada da área e chutou cruzado, achando Angel Romero livre para completar para o gol. 1 a 0.   A torcida celeste presente no Mineirão ficou assustada. Empolgada com a pressão massiva da Raposa, não conseguia compreender como o Cerro chegou ao gol de Fábio e em como o Cruzeiro caiu de produção até o final daquela primeira etapa, muito nervoso não sabendo administrar o resultado adverso. Nada mais era que aquela velha máxima de Libertadores, que o equilíbrio mental muitas vezes supera a técnica. Méritos de “Chiqui” Arce e seus comandados.   Confira a galeria de imagens  Alívio Após vencido o “trauma” da primeira fase, a torcida celeste acreditava que a equipe tinha, enfim, aprendido a se mostrar equilibrada mesmo nos momentos mais difíceis. Porém, a segunda etapa foi de ainda mais agonia para os torcedores estrelados.    Impaciente, o Cruzeiro se mostrou vulnerável até mesmo quando tinha o controle da bola. Em alguns momentos, o posicionamento ofensivo era abandonado. Era vontade em excesso e calma em falta, com nenhum esquema tático mais em campo, com a equipe tentando o empate de maneira desordenada. Assim, as linhas defensivas do Cerro não deixavam o ataque estrelado chegar perto da área.    A bola girava de um lado para o outro, sem ameaçar o gol de Fernandez. Tanto que a primeira grande oportunidade só veio aos 26 minutos, quando Júlio Baptista “soltou o sapato” de longe. A bola foi pela linha de fundo.    Conforme o relógio andava, a tensão se transformava em desespero. Everton Ribeiro chegou a marcar, mas estava em posição ilegal, aos 38. Cinco minutos depois, a agonia ficou maior quando Lucas Silva chutou de fora da área e Roberto Fernández não encaixou a bola por completo. Quando ia “engolindo um frango” histórico, o arqueiro se redimiu mandando a bola para fora.    Parecia que ela não ia entrar de forma alguma. Mas veio. E de forma sofrida, como foi durante todo o confronto. No apagar das luzes, Everton Ribeiro cobrou falta na intermediária. A pelota ficou “viva”, em um grande bate/rebate. Ao cair nos pés de Samudio, foi chutada “com raiva” para tomar as redes de Fernandez. Foi chorado, mas o gol na “bacia das almas” veio como um imenso alívio aos celestes. Se não foi o que todos esperavam, pelo menos o Cruzeiro se manteve vivo para o jogo de volta.

Torcedora foi às lágrimas com o gol de Samudio (Foto: André Brant)     FICHA TÉCNICA CRUZEIRO 1 X 1 CERRO PORTEÑO   CRUZEIRO: Fábio, Ceará (Mayke), Dedé, Bruno Rodrigo, Samudio; Henrique, Lucas Silva, Elber (Borges), Everton Ribeiro; Willian e Júlio Baptista (Marlone).  Técnico: Marcelo Oliveira   CERRO PORTEÑO: Fernandez, Bonet, Cardozo, Ortiz, Alonso; Corujo, Oviedo, Júlio dos Santos, Óscar Romero (Willian Candia); Ángel Romero (Guilhermo Beltrán) e Daniel Güiza (Iván Torres). Técnico: Arce   Gols: Ángel Romero (aos 31' do 1º tempo); Samudio (aos 49' do 2º tempo) Data: 16 de abril de 2014 Motivo: Jogo de ida das oitavas de final da Copa Libertadores Estádio: Mineirão Cidade: Belo Horizonte Árbitro: Daniel Fedorczuk (URU) Auxiliares: Carlos Pastorino (URU) e Gabriel Popovitz (URU) Pagantes: 36.583 pagantes Renda: R$ 1.213.445 Cartão amarelo: Alonso

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