Para minimizar os efeitos da altitude, Cruzeiro embarca menos de 48 horas antes da partida

Alberto Ribeiro - Hoje em Dia
24/02/2015 às 07:13.
Atualizado em 18/11/2021 às 06:07

(Flávio Tavares)

Uma inimiga invisível e praticamente ignorada pelo Cruzeiro. Vilã em muitas ocasiões, a altitude foi muito pouco debatida antes da estreia na Copa Libertadores, no duelo com o Universitario Sucre, na Bolívia, às 22h desta quarta-feira (25), pelo Grupo 3.   Sucre está localizada a 2.750 metros acima do nível do mar, altitude que não é tão assustadora quanto à das cidades vizinhas La Paz (3.660 metros) e Potosí (3.967 metros). Mas pode causar efeitos desagradáveis devido ao ar rarefeito, como tontura, sonolência e ânsia de vômito.   Nada, no entanto, que preocupe o grupo da Raposa. Comissão técnica, jogadores, preparadores físicos e fisiologistas garantem: não haverá preparação especial e a equipe está pronta para buscar a vitória na estreia da competição continental.   “Preparação especial não vai ter. O treinamento em si já te prepara para enfrentar todos os efeitos, sejam eles fisiológicos ou em relação à altitude. A grande dificuldade é o ar rarefeito, a falta de oxigênio, que pode interferir na performance do atleta”, explica o preparador físico celeste Juvenilson de Souza.   Psicológico   Para Juvenilson, o efeito psicológico é um dos vilões da altitude. Mas, segundo ele, a forma natural com que o tema foi abordado desde o sorteio de grupos da Libertadores ajudou a preparar o time contra esse fantasma.   Bem mais baixo que Potosí, onde o Cruzeiro sofreu a maior goleada da história da Libertadores, perdendo por 5 a 1 para o Real Potosí, em 2008, Sucre traz boas lembranças à equipe celeste. Em 2009, o time estrelado venceu o mesmo Universitario por 1 a 0, com gol do atacante Thiago Ribeiro.   “Naquela época, o gramado estava em boas condições e a equipe se colocou muito bem dentro de campo. Acho que a altitude influencia mais pelo peso da bola, mas a gente espera conseguir um bom resultado”, afirma o goleiro Fábio, que esteve em campo no duelo de 2008.   No geral, o retrospecto do Cruzeiro na altitude é equilibrado. O time disputou dez partidas, com três vitórias, três derrotas e dois empates. Para minimizar os efeitos, Marcelo Oliveira e seus comandados embarcaram para Sucre apenas nesta terça-feira (24) de manhã. O grupo permanecerá pouco mais de 24 horas no local, antes do jogo, tempo mínimo possível, para que o corpo demore a sentir os reflexos da altitude.   “Essas foram as principais mudanças. Ajustes no plano de jogo, com a viagem bem próxima da partida, para minimizar os efeitos”, ressalta o fisiologista do Cruzeiro Eduardo Pimenta.   Com a experiência de ter atuado na Libertadores na altitude de La Paz, quando jogava no Internacional, o atacante Leandro Damião já sentiu na pele os efeitos do ar rarefeito. “O jogador sente muito. Não cheguei a jogar em Sucre, mas a altitude pega um pouco, espero que a gente possa suportar”, afirma.

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