River Plate e Cruzeiro apostam em craques da celeste olímpica para sair na frente

Pedro Artur - Hoje em Dia
21/05/2015 às 07:25.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:08

Bicampeões da Copa Libertadores, Cruzeiro (1976 e 1997) e River Plate (1986 e 1996) colocam em campo nesta quinta-feira (21) a velha rivalidade entre brasileiros e argentinos. Mas são os uruguaios Arrascaeta, pelo time mineiro, e Sánchez, pela equipe adversária, que podem fazer a diferença no jogo de ida das quartas de final da competição continental, a partir das 22h, no Monumental de Núñez, em Buenos Aires. O jogo da volta será na próxima quarta-feira, no Mineirão.

Como principal articulador da equipe estrelada, Arrascaeta, que vem de trás para os arremates, é responsável por municiar os companheiros de ataque, como Willian e Leandro Damião. Além disso, o meia é esperança para que o Cruzeiro possa repetir a boa atuação da vitória sobre o São Paulo por 1 a 0, na semana passada, no Mineirão, que carimbou o passaporte do time às quartas.

O jogador está hoje mais bem ambientado no clube e em Belo Horizonte em relação à chegada dele na cidade, em janeiro. De comportamento tímido fora e até em campo, Arrascaeta foi aos poucos se sobressaindo com belos gols e jogadas. Na Libertadores, marcou de bicicleta no triunfo por 3 a 0 sobre o Mineros (Venezuela), no Mineirão, pela fase de grupos. Leandro Damião e Henrique completaram o placar.

Sánchez, por sua vez, compõe o sistema defensivo do River. Porém, o técnico Marcelo Gallardo tem dado a ele total liberdade de movimentação, principalmente para o apoio ao ataque.

Choque de gerações

O duelo desta quinta-feira (21) tem outra particularidade. Será um choque de gerações do futebol uruguaio, permeado por brasileiros e argentinos. Aos 20 anos, Arrascaeta, que se destacou na Libertadores do ano passado com o Defensor-URU, foi contratado a peso de ouro pelo Cruzeiro, que investiu R$ 12 milhões por cerca de 50% dos direitos econômicos do meia.

O caminho de Sánchez, de 30 anos, é inverso. Ele se transferiu do pequeno Liverpool (de Montevidéu) para o também modesto Godoy Cruz, da Argentina, em 2009. Em julho de 2011, chegou ao gigante River Plate.

Os dois não se enfrentaram no futebol uruguaio. Arrascaeta subiu para o time principal do Defensor em 2012, quando o volante do River experimentava uma carreira internacional. Agora, estarão frente a frente. Mas os caminhos deles voltam a se encontrar na seleção do Uruguai. Ambos estão na pré-lista do técnico Óscar Tabárez para a disputa da Copa América, no Chile.

Os jogadores até participaram juntos por cerca de dez minutos de um amistoso contra o Marrocos, em março deste ano, vencido pela Celeste Olímpica por 1 a 0, em Agadir.

Postura ofensiva

Nesta quinta-feira, a torcida azul e branca saberá se o discurso dos jogadores não vai cair no vazio. Durante os treinamentos, os jogadores do Cruzeiro enfatizaram a necessidade de a equipe ter uma postura tão eficaz como na classificação diante do São Paulo.

Para o atacante Marquinhos, o time ainda não conseguiu manter a regularidade na temporada principalmente pelas mudanças constantes na equipe. “Chegou muita gente e outros jogadores saíram. Também tem o fato de estarmos jogando com escalações diferentes na Copa Libertadores e no Campeonato Brasileiro. Mas isso é uma coisa natural, que virá com o passar do tempo”, argumenta.

Marquinhos é exemplo disso. Ele vinha sendo questionado pela torcida, mas contra o São Paulo se destacou pelo bom futebol, com velocidade, puxando os principais contra-ataques do time estrelado. Nesta quinta-feira, o atacante e seus companheiros terão nova chance de provar que estão no caminho certo do tricampeonato na Libertadores.

A Raposa retorna a BH logo após a partida contra o River. Os jogadores voltam ao treino sábado para enfrentar a Ponte Preta, domingo, pelo Brasileiro.

Time da Toca treina no monumental de Nuñez para reconhecimento do gramado

Os jogadores do Cruzeiro fizeram nesta quarta-feira (20) o reconhecimento do Monumental de Núñez, local do confronto desta quinta-feira contra o River Plate. O treinamento leve serviu para que os atletas e comissão técnica conhecessem um pouco mais o campo de jogo. A delegação cruzeirense chegou na noite de terça-feira a capital argentina.

Para o jogo de ida das quartas da Libertadores, o técnico Marcelo Oliveira vai contar com força total. Os laterais Mayke e Mena, além de Leandro Damião, que não enfrentaram o Santos, no domingo, pelo Campeonato Brasileiro, estão à disposição da comissão técnica.

Acostumado à rivalidade entre brasileiros e argentinos, o volante Henrique conhece bem o caminho para arrancar na frente por uma vaga na semifinal. “Enfrenta-los em sua casa é e sempre será difícil, mas sabemos como nos comportar, ditar o nosso futebol, respeitando o adversário, mas jogando para vencer”, diz.

Gallardo faz suspense sobre o equipe que entra em campo diante da Raposa

O técnico Marcelo Gallardo, do River Plate, faz mistério quanto à formação do time para o primeiro confronto com o Cruzeiro. Embora esteja com o time praticamente completo, o treinador mantém suspense sobre o aproveitamento de Pity Martínez desde o início da partida. Isso porque o jogador foi dos mais afetados pelo gás de pimenta disparado pelo torcedor do Boca Juniors, na semana passada, em La Bombonera, pelo jogo de volta das oitavas de final da Libertadores. Rojas segue como opção para compor o meio-campo ao lado de Carlos Sánchez, Ponzio e Kranevitter.

Os outros atingidos pelo gás, como Ponzio, Vangioni e Funes Mori têm presença certa no tradicional clássico sul-americano. O suspense é tanto que o time treinou nesta semana com os portões fechados. O desafio dos comandados de Gallardo é largar na frente para decidir com mais tranquilidade no Mineirão.
 

 

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