Pela primeira vez, o ex-técnico do Galo, Cuca, se desculpou com as mulheres pela postura que adotou ao abordar a condenação que sofreu por ato sexual com menor e coação, que foi anulada pelo Tribunal Regional de Bern-Mittelland, na Suíça. O treinador reconheceu que, embora estivesse ciente dos problemas, havia se calado porque "a sociedade e o universo do futebol permite que um homem se cale".
"Entendi que isso não é sobre mim. Escolhi me recolher durante muito tempo e mesmo assim pude seguir minha vida. Uma mulher que passa por qualquer tipo de violência não consegue seguir com a vida dela sem permanecer machucada. O impacto dura pra sempre", afirmou.
De acordo com Cuca, ele “não pode mudar o passado”, mas busca “ouvir mais, aprender e compreender” para poder ajudar no combate ao abuso sexual. "Agora eu entendo, mesmo sem ainda conseguir me aprofundar para falar do jeito que seria certo, eu entendo que não posso mais me recolher, ficar calado, porque silêncio soa como covardia”, ressaltou.
O treinador afirmou que agora entende que o processo não acabou apenas com a decisão judicial, e que quer fazer parte da transformação, educando não apenas a si mesmo, mas também outros homens, especialmente os jovens apaixonados pelo esporte.
“Quero e me comprometo a fazer parte da transformação. Vou fazer isso com o poder da educação. Quero ajudar. Quero jogar luz, usar a voz que tenho para, ao mesmo tempo que me educo, educar também outros homens, principalmente os jovens que amam futebol”, afirmou.
O pronunciamento do treinador aconteceu de surpresa, após a vitória do Athletico-PR, atual clube de Cuca, por 6 a 0 sobre o Londrina, nas quartas de final do Campeonato Paranaense, no domingo (10). Confira a íntegra do pronunciamento do técnico:
*Estagiário sob supervisão de Paulo Duarte
Leia mais