(Leon Neal)
Possível candidato à presidência da Fifa em 2015, o francês Michel Platini, que atualmente ocupa o cargo máximo da
Uefa, pode promover mudanças drásticas no formato da Copa do Mundo. Em entrevista ao jornal inglês "The Times" , o ex-jogador admitiu que deseja aumentar o número de seleções participantes do maior torneio de futebol do mundo de 32 para 40.
A ideia de Platini é expandir o mercado" da Fifa e dar mais vagas a selecionados africanos e asiáticos a partir do Mundial de 2018, na Rússia. Atualmente, há apenas cinco lugares para a África e 4,5 (por causa da repescagem) à Ásia, por exemplo. Por outro lado, a Europa possui 13 seleções classificadas e a América do Sul tem direito a 5,5 vagas.
"Seria bom para todo mundo aumentar o número de equipes. Eu concordo com o (Joseph) Blatter que precisamos de mais seleções africanas e asiáticas. Mas, ao invés de diminuirmos as vagas dos europeus, teríamos 40 equipes na disputa. Seria possível acrescentar duas seleções da África, duas da Ásia, duas da América, uma da Oceania e uma da Europa. Seria bom para todo mundo", afirmou o dirigente.
Com a proposta de Platini, a Copa do Mundo teria sete vagas para a África; 6,5 para a Ásia; onze para as Américas do Norte, Central e do Sul; 1,5 à Oceania e 14 para a Europa. O francês ainda disse que, caso haja a mudança, seria necessário aumentar o tempo de disputa do Mundial em três dias. Ele garante ter um estudo feito por uma empresa especializada que comprova isto. Para passar a valer, porém, a proposta precisa ser aprovada pelo Comitê Executivo da Fifa.
Atualmente, o formato da Copa do Mundo prevê 32 seleções qualificadas e dividas em oito grupos de quatro. Ele vigora desde 1998, quando estreou no Mundial da França. A primeira Copa, disputada em 1930, no Uruguai, teve 13 equipes participantes. Em 1934, o número aumentou para 16, permanecendo inalterado até 1982, quando subiu para 24. A estrutura "durou" quase duas décadas, sendo alterada somente há quinze anos.
Desde que assumiu a presidência da Uefa, em 2007, Michel Platini vêm adotando uma política de abertura da entidade. Nos últimos anos, ele promoveu algumas mudanças no regulamento da Liga dos Campeões da Europa, aumentando o número de vagas para países menos tradicionais. Assim, estabeleceu boas relações com os menores polos futebolísticos e se utiliza disto para ganhar força política.
Ele é apontado como o grande favorito para suceder Joseph Blatter no comando da Fifa a partir de 2015. Recentemente, porém, disse que só tomará a decisão de se candidatar ao maior cargo da principal entidade do futebol mundial durante a Copa do Mundo de 2014, a ser realizada no Brasil.