A não classificação para a Copa Libertadores de 2018 recolocará outra competição internacional no calendário do Atlético. No ano que vem, o clube retornará a disputar a Sul-Americana. E neste domingo (17), o Galo comemora 20 anos do segundo título da Copa Conmebol, torneio que foi um dos antecendentes da "Sula".

Numa quarta-feira de dezembro de 1997, o Atlético empatava em 1 a 1 contra o Lanús no Mineirão, garantindo o bicampeonato da Conmebol (venceu em 1992), uma vez que o jogo de ida da final foi um 4x1 na Argentina, num espaço de 40 dias. Um massacre, literalmente. Aquela decisão ficou marcada pela briga na qual os jogadores do Galo foram encurralados no Estádio La Fortaleza.

De volta ao clube mineiro depois de sete anos, o ex-atacante e agora coordenador das categorias de base, Marques, conversou com o Hoje em Dia sobre o título internacional do Galo. O ex-camisa 9 havia chegado há pouco no clube e foi peça-chave da conquista. E ainda revelou qual foi o catalisador da pancadaria do primeiro jogo.

O meia-atacante Jorginho, maestro daquela equipe, foi "pego para cristo" pelo veterano zagueiro Oscar Ruggeri, com fama de violento (veja abaixo). No fim do jogo, então, o camisa 10 do Atlético provocou o desleal marcador com os 4 a 1 na casa do adversário. 

"Teve a briga e tudo mais, mas para iniciar a briga, teve um 'start' que foi o bate-boca. A gente estava apanhando tanto num certo momento do jogo, com o 4 a 1, os argentinos apelaram. O Ruggeri que começa a confusão... O jogo acaba com a bola nos pés do Jorginho, e a gente puto com aquilo, de tanto ter apanhado no jogo, o Jorginho pega a bola com a mão, ergue a bola e, com raiva, grita perto do Ruggeri: 'Ganhamos dessa baba!', e isso catalisou a briga e a confusão toda", disse Marques, ao HD.

Nas imagens abaixo, é possível observar Jorginho com a bola no pé logo antes de o juiz sacramentar a final da partida. Na cena seguinte, ele pega a bola e dá um bico pro alto, saí correndo em direção ao banco, prevendo as "cenas lamentáveis". 

Jorginho e Ruggeri se estranharam o jogo todo, e o xerife do Lanús chegou a chutar o armador numa disputa de bola.  Os jogadores do Atlético sofreram com a pancadaria, foram encurralados contra o alambrado e até mesmo chutes da torcida local foram desferidos. Leão por exemplo foi nocauteado com um soco, e preciso passar por cirurgia facial.

"A gente apanhou no jogo todo, depois que fizemos quatro gols neles, eles abriram a caixa de ferramenta. Acho que queriam ser expulsos até mesmo para não ter que viajar para o Brasil no jogo de volta. O Jorginho ergue a bola e fala 'Ganhamos dessa baba'. Ganhamos da baba e ganhamos porrada no final".

'UM DOS MEUS MAIS IMPORTANTES TÍTULOS'
Se o torcedor do Atlético se sentir desanimado para disputar a Sul-Americana - depois de cinco participações seguidas na Libertadores - terá agora um funcionário do clube com palavra de peso para valorizar o torneio.

Para Marques, aquele bicampeonato da Copa Conmebol foi um dos títulos mais importantes da carreira. E com um detalhe: ele teve um gol mal anulado contra o Lanús no Estádio La Fortaleza: 'Vi a final da Libertadores entre Grêmio e Lanús, lá na Argentina. Estádio ainda precário, mas naquela época era bem pior'.

"A maioria das competições, ou elas te desempregam ou te dão uma glória. E o título da Conmebol é um dos maiores que conquistei, com tudo que foi envolvido. Eu tinha chegado no Atlético. E a briga foi um marco negativo. Eu valorizo muito esse título. Lembro que o Santos ganhou no ano seguinte com o Leão e lembrou que a cidade ficou parada quando o time voltou pra Santos", completa Marques

A CAMPANHA INVICTA:

OITAVAS DE FINAL
Portuguesa 1 x 4 Atlético
Atlético 0 x 0 Portuguesa

QUARTAS DE FINAL
América de Cáli 1 x 2 Atlético
Atlético 1 x 1 América de Cáli

SEMIFINAL
Universitário 0 x 2 Atlético
Atlético 4 x 0 Universitário

FINAL
Lanús 1 x 4 Atlético
Atlético 1 x 1 Lanús