Depois da Copa, a Olimpíada. O futebol está de volta, com outra cara

Rodrigo Gini
Hoje em Dia - Belo Horizonte
26/07/2016 às 20:55.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:01

(Lucas Prates)

O futebol é um caso a parte em se tratando de Olimpíada. Com medo de que a competição ofusque a Copa do Mundo, a Fifa preferiu limitar a participação no torneio masculino a atletas com menos de 23 anos, com a possibilidade de inscrever até três jogadores acima desta idade.   

  O que não quer dizer que os craques tenham ficado historicamente de fora. Lionel Messi foi campeão em Pequim-2008 jogando ao lado de Di María, Mascherano e Aguero. Cristiano Ronaldo atuou em Atenas-2004 e também na China. Romário foi prata em Seul-1988 (passou pela Alemanha Ocidental de Jurgen Klinsmann nas semifinais) e tanto Ronaldo quanto Ronaldinho Gaúcho carregaram, sem sucesso, o sonho do ouro inédito. Agora no Brasil, a comparação com a Copa de 2014 se torna inevitável. E mostra não só escalações diferentes, como uma distribuição geográfica bem distinta.

   Nos Jogos, os esforços da Fifa para aumentar o número de participantes esbarram nas limitações do Comitê Olímpico Internacional (COI), que quer abarcar o máximo de modalidades sem inchar demais o evento. Assim, apenas 16 seleções iniciam dia 3 a disputa pelas medalhas. E 11 delas estiveram em campo há dois anos. Considerando os jogadores, a lista é ainda menor ­– sete atletas estão de volta. Nem tanto sinal de desprestígio, mas consequência de um período pós-Eurocopa e das restrições cada vez maiores dos grandes times para liberar seus destaques. O que não significa necessariamente baixo nível técnico, como tem mostrado a história do futebol olímpico.

   Neymar ganhou a chance de competir em casa graças a uma demorada negociação com o Barcelona, que exigiu abrir mão da Copa América Centenário. O técnico Rogério Micale optou pelo estreante (na Seleção) Fernando Prass e por Douglas Costa, que não disputaram a Copa, como os demais atletas acima dos 23 anos – contundido, o atacante deu lugar a Renato Augusto.

   Outra atração será o meio-campo John Obi-Mikel, do Chelsea, que reforça a Nigéria, campeã em Atlanta-1996. A Colômbia aposta no atacante Teo Gutierrez, que balançou as redes na goleada sobre a Grécia, no Mineirão, pela primeira fase do Mundial. O técnico Carlos Restrepo trará ainda jovens de potencial como o atacante Miguel Borja, destaque do Atlético Nacional finalista da Libertadores.

    O representante mexicano na lista não traz boas recordações para o Brasil. O experiente atacante Oribe Peralta foi um dos carrascos da equipe verde e amarela na final dos Jogos de Londres-2012. Já o zagueiro Matthias Ginter, que ainda tem idade olímpica, apenas acompanhou do banco o inesquecível 7 a 1 da semifinal da Copa. Como ele, o atacante sul-coreano Son-Heung Min, atualmente no Tottenham, tem agora a chance de ser protagonista. E o goleiro hondurenho Luís López completa a lista.

    Novidades
    Algumas seleções preferiram não trazer jogadores acima dos 23 anos – caso da Argentina, que teve a participação sob risco devido aos problemas na AFA. Outras, como o Japão e Portugal, trazem veteranos que não jogaram a Copa. África do Sul, Dinamarca, Suécia, Iraque e Ilhas Fiji são os países que não estiveram em ação no Mundial, mas agora vão medir forças com os demais.

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