Desafeto de Ronaldo, Gilmar prega fim do individualismo na Seleção

Gazeta Press
18/07/2014 às 16:01.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:26
 (WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO)

(WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO)

Diante do clamor por mudanças no futebol brasileiro, consequência da goleada aplicada pela Alemanha na semifinal da Copa do Mundo, José Maria Marin, presidente da CBF, anunciou o ex-goleiro Gilmar Rinaldi como coordenador geral de seleções da entidade.

Em seu primeiro discurso no cargo, ele pregou o fim do individualismo na Seleção Brasileira, que atualmente tem Neymar como protagonista. Os direitos de imagem do jogador do Barcelona são administrados pela empresa de Ronaldo, desafeto do ex-goleiro.

Durante o período que trabalhou como empresário, Rinaldi teve o centroavante Adriano como principal cliente. Em 2011, ele chamou Ronaldo de "irresponsável" por intermediar a chegada do Imperador ao Corinthians e, excluído da negociação, rompeu a parceria com problemático jogador.

No dia em que foi anunciado como coordenador de seleções da CBF, Gilmar Rinaldi evitou falar o nome de Ronaldo no momento em que citou a conduta do técnico alemão Joachim Low em relação a Miroslav Klose como exemplo de priorização dos interesses coletivos em detrimento dos individuais.

"A Alemanha tinha no elenco um jogador que podia bater o recorde de gols em Copas do Mundo de um brasileiro (Ronaldo). Mesmo ganhando por 4 a 0 de Portugal, o Klose não entrou em campo. O técnico quis passar uma mensagem deixando claro que o coletivo estava acima do individual", disse Rinaldi.

Atualmente, o protagonismo na Seleção Brasileira é de Neymar, pautado por uma série de ações publicitárias ao longo da carreira. O novo coordenador de Seleções da CBF criticou uma delas, os bonés com a inscrição "Força Neymar" usados pelos jogadores antes da semifinal da Copa do Mundo contra a Alemanha, após a lesão do atacante."Deveria estar escrito ‘Força Bernard’ naqueles bonés. No futebol, as coisas são dinâmicas e a parte interna mexe muito com quem entra", declarou Gilmar Rinaldi, citando o substituto de Neymar, quando questionado sobre a coisa que mais o incomodou na Seleção durante a Copa.

Desafeto do ex-goleiro, Ronaldo disputou seu último Mundial em 2006, sob o comando de Carlos Alberto Parreira. A busca por recordes individuais de alguns jogadores na Alemanha, entre eles o atacante, é considerada uma das razões da queda do time, eliminado pela França nas quartas de final.

Então dentuço e franzino, Ronaldo conviveu com Gilmar Rinaldi, já em fase final de carreira, na Copa do Mundo de 1994. Ambos participaram da conquista do tetracampeonato, logrado por um time de operários que entrava em campo de mãos dadas e tinha o aguerrido Dunga como capitão.

Anunciado como coordenador de seleções da CBF exatamente no dia em que o tetra completou 20 anos, Gilmar Rinaldi tentará aliar o talento de astros como Neymar com o espírito coletivo para fortalecer a Seleção que foi humilhada pela Alemanha diante de milhares de torcedores com a máscara do atacante no Mineirão.

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