A ginástica artística assegurou um salto importante no quadro de medalhas da Olimpíada Rio 2016 para o Brasil, e a comissão técnica aposta ainda em mais dois pódios. Com as inéditas medalhas de prata e bronze, respectivamente, dos ginastas Diego Hypolito, 30 anos, e Arthur Nory, 22 anos, no solo, o Brasil já fez história.Mas ainda pode vir mais.
Hoje, a partir das 14h, será a vez de Arthur Zanetti defender o bicampeonato olímpico nas argolas. Já amanhã à tarde, o ginasta Francisco Barretto Júnior busca o pódio nas barras paralelas.
Para conquistar a medalha de ontem, Hypolito esperou por oito anos, superando a frustração das quedas em Londres 2012 e Pequim 2008. Na China, ele estava em ótima forma e era o favorito ao ouro.
“Eu só tenho a agradecer a Deus e às pessoas que acreditaram em mim. O meu objetivo aqui era só fazer o meu papel. A medalha era consequência. A gente tem que sonhar alto para alcançar. Muitas pessoas falaram que eu não poderia. Parece que saiu um caminhão das minhas costas, porque é minha terceira Olimpíada, com 30 anos, mas eu não vou parar. Vou pra Tóquio sim”, afirmou.
Já Nory, que disputou a segunda olimpíada, adotou uma estratégia arriscada para buscar a medalha: um duplo mortal com duas piruetas na posição carpada. ““Eu já tinha feito esse exercício, mas não com esse elemento. Essa foi a novidade, que é bem difícil”, explicou o ginasta. O ouro ficou com o britânico Max Whitlock.
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Pressão
O técnico Marcos Goto, que treina Arthur Zanetti (ouro nas argolas em Londres) e se tornou treinador de Hypolito nos últimos meses, vê semelhança na pressão enfrentada pelos dois atletas.
“Ninguém se mantém no topo por muito tempo. Na ginástica, a cada quatro anos os pódios mudam. São as duas coisas. O Diego que teve duas frustrações, conseguiu passar por tudo isso e vir aqui ganhar uma medalha, e o Arthur, que tem uma pressão. Lógico, o país espera isso dele. São dois lados bem parecidos”, avaliou.