Dirigente olímpico faz dura crítica e diz que COI segue para a "destruição"

Estadão Conteúdo
20/04/2015 às 15:27.
Atualizado em 16/11/2021 às 23:42

O líder da associação que representa as federações esportivas internacionais fez uma crítica feroz ao Comitê Olímpico Internacional (COI) nesta segunda-feira (20), o acusando de ser um organismo "obsoleto, desatualizado, errado, injusto e nada transparente".

Com o presidente do COI, Thomas Bach, presente, Marius Vizer, líder do SportAccord, a Associação Geral das Federações Esportivas Internacionais, disse que o organismo olímpico está "se movendo em direção à destruição" se não der mais poder às federações esportivas.

Vizer acusou Bach de bloquear eventos multiesportivos, de interferir na autonomia das organizações esportivas e de evitar que líderes importantes participem da votação para selecionar as sedes olímpicas.

Seu discurso foi uma manifestação pública rara de discórdia dentro do movimento olímpico. E ocorreu após o COI decidir não realizar uma reunião de seu comitê executivo durante a conferência do SportAccord em Sochi.

Vizer, cuja organização representa as federações de esportes olímpicos não olímpicos, solicitou que os líderes esportivos com cargos tenham a maioria dos votos no COI e que mais dinheiro seja dividido entre federações esportivas nacionais e os atletas.

"A história provou que todos os impérios que atingiram seu pico de potência nunca foram reformadas a tempo e se encaminharam todos até a destruição", disse Vizer na convenção do SportAccord em Sochi.

O dirigente acrescentou que as federações tinham sido marginalizadas do programa de reformas Agenda Olímpica 2020 e argumentou que o canal digital olímpico do COI que será lançado este ano não tem base financeira sólida.

Bach respondeu dizendo que as declarações de Vizer não são referendadas pelas federações do SportAccord e que o COI se mostra "aberto ao diálogo" com elas.

"Tenho conversado com muitos de seus colegas e minha impressão é que as suas opiniões são só dele", disse Bach durante a convenção. "Muita gente fez propostas construtivas que estão gerando uma ainda mais estreita cooperação entre o COI e as federações internacionais".

O COI pode ter um máximo de 115 membros com direito a voto e não mais de 45 podem ser atletas, dirigentes de federações ou representantes de comitês olímpicos nacionais. Vizer, que dirige a Federação Internacional de Judô e não é membro do COI, disse que "a maioria dos votos deveriam ser de pessoas no exercício de uma função ou de organismos diretamente relacionados ao esporte".

Vizer, que foi reeleito sem oposição, preside o SportAccord desde 2013 e propôs um "Campeonato Mundial unido" a cada quatro anos, com a participação de todos os esportes, um evento que poderia concorrer com os Jogos Olímpicos.

Dirigindo-se a Bach, Vizer disse: "Senhor presidente, por favor, pare com a estratégia de bloquear a estratégia do SportAccord em sua missão de identificar e organizar convenções e encontros multiesportivos".

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