O suíço François Carrard, que ajudou a supervisionar as mudanças no Comitê Olímpico Internacional (COI) após os escândalos em que envolveram a escolha de Salt Lake City para sediar os Jogos de Inverno de 2002, foi anunciado nesta terça-feira (11) como líder da grupo que vai reformar a Fifa, abalada por escândalos de corrupção.
Carrard, ex-diretor-geral do Comitê Olímpico Internacional, vai liderar uma equipe de 12 pessoas escolhidas pela seis confederações continentais. Além disso, os patrocinadores da Copa do Mundo irão indicar outros dois membros para o Comitê de Reformas da Fifa, formado após 14 pessoas serem indicadas pela Justiça norte-americana, acusados de corrupção envolvendo o futebol. "É vital para o futuro do futebol global restaurar a integridade e a reputação de seu corpo diretivo", disse Carrard.
O advogado suíço atuou como diretor-geral do COI por 14 anos, até 2003, em um período que incluiu o escândalo que levou à saída ou renúncia de dez membros envolvidos no escândalo que levou ao triunfo de Salt Lake City.
O escândalo levou o COI a promulgar uma série de reformas, incluindo a criação de uma comissão de ética, a introdução de novos limites de mandato e de idade e a proibição da visita de seus membros às cidades candidatas.
As propostas de reforma vão afetar o presidente da Fifa e seu comitê executivo, incluindo limites de mandato, publicação de salários e controle mais rigorosos dos candidatos. A Comissão de Reforma mostrará propostas preliminares ao Comitê Executivo da Fifa em reuniões nos dias 24 e 25 de setembro.
Depois disso, Carrard, que irá nomear um conselho consultivo formado por figuras de fora do futebol, vai apresentar suas consolidadas propostas de reforma ao Congresso da Fifa em 26 de fevereiro, quando o sucessor de Joseph Blatter será eleito.
Blatter anunciou sua decisão de deixar o comando da Fifa em junho, apenas quatro dias depois de ser reeleito para um quinto mandato de quatro anos. Ele declarou que Carrard pode "ajudar a Fifa a fortalecer suas estruturas de governança de uma forma crível e significativa".
O presidente da Uefa, Michel Platini, o principal candidato a suceder e herdar os efeitos das propostas de reforma, disse que a criação do painel foi um passo importante. "Todas as confederações escolheram seus representantes com base no conhecimento de assuntos de futebol e de governança, e vamos agora todos trabalhar juntos para o bem maior do futebol", afirmou Platini em um comunicado.
A lista de indicados inclui Gianni Infantino, secretário-geral da Uefa. A Conmebol indicou Gorka Villar, seu diretor-geral e filho de Angel Maria Villar, comandante da Federação Espanhol de Futebol e um os vice-presidentes da Fifa e da Uefa. Angel Maria Villar é investigado pelo Comitê de Ética da Fifa por suposta corrupção no processo de escolha das sedes da Copa do Mundo de 2018 e 2022. O outro indicado pela entidade foi Wilmar Valdez, presidente da Associação Uruguaia de Futebol.
O painel também inclui o ex-vice-presidente do COI Kevan Gosper, que foi nomeado pela Confederação Asiática de Futebol. O australiano foi investigado e inocentado de irregularidades pela Comissão de Ética do comitê em 2000 por supostas ligações com a candidatura de Salt Lake City, incluindo uma viagem da sua família para Utah.