A situação do Cruzeiro nos bastidores do futebol não é das melhores e os processos judiciais movidos por clubes e empresários contra a Raposa acendem o alerta. Até a premiação milionária da Copa do Brasil foi alvo de tentativa de penhora por parte do empresário Giuliano Bertoluci, um dos mais influentes no futebol.
O agente cobra do Cruzeiro na Justiça valor que hoje se aproxima de R$ 2 milhões pela transferência do lateral-esquerdo Bryan para a Toca II, negócio realizado em 2016.
Segundo apurou o Hoje em Dia, o Cruzeiro acordou pela compra de 45% dos direitos de Bryan o valor de R$ 1,2 milhão, pagamento que seria efetuado em dez vezes iguais de R$ 120 mil. Entretanto, como apenas duas parcelas foram pagas e oito ficaram inadimplentes, o negócio foi parar na Justiça.
Para o América, que detinha os direitos federativos e parte do econômico, o Cruzeiro pagou R$ 650 mil por 30% dos direitos de Bryan, que naquela ocasião viu seus direitos ficarem repartidos da seguinte forma: 75% com o Cruzeiro, 15% investidor e 10% para o América.

A dívida inicial do Cruzeiro segundo petição dos advogados era de R$ 1.195.807,54 milhão. Mas, pela incidência de correções, juros e honorários advocatícios estipulados em contrato, o valor atual do débito ultrapassa R$ 1,9 milhão.
Como todas as tentativas por vias judiciais não obtiveram sucesso, tentou-se travar o recebimento dos R$ 50 milhões do prêmio pela conquista da Copa do Brasil, em outubro.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF), segundo informações recebidas pela reportagem, foi notificada no dia 14 de novembro (o segundo jogo da final aconteceu no dia 17) para informar prazo de pagamento e condições da premiação. No entanto, a entidade não respondeu ao questionamento do juiz.
Segundo consta nos documentos do processo, os advogados de Giuliano Bertoluci negaram receber como garantia de pagamento dois imóveis localizados na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Advogado do Cruzeiro
Como no processo há a designação do advogado Ildeu da Cunha Pereira Sobrinho como o responsável pela defesa do Cruzeiro, o Hoje em Dia o procurou.
“Por questões de hierarquia quem fala sobre esse caso é realmente o doutor Fabiano (de Oliveira Costa), mesmo que eu seja o designado na causa”, disse o advogado Ildeu da Cunha Pereira Sobrinho em contato com o HD.
A reportagem entrou em contato com o diretor-jurídico do Cruzeiro, Fabiano de Oliveira Costa, que informou que o assunto deveria ser tratado com o vice-presidente de futebol Itair Machado.
Em contato com a reportagem, Itair Machado afirmou ter boa relação com o empresário Giuliano Bertoluci, inclusive se referindo ao agente como "amigo". Itair ressaltou ainda que o processo se refere à contratação realizada pela diretoria anterior, e que os atuais dirigentes tentam resolver os problemas jurídicos do clube.
(Com Frederico Ribeiro e Henrique André)
(Reprodução)
(Reprodução)
(Reprodução)