(Javier Soriano)
O português Cristiano Ronaldo se acostumou a lidar com obstáculos. A infância pobre na Ilha da Madeira e a difícil relação com o pai, dependente de álcool, foram apenas os capítulos iniciais de uma história de superação. Aos 11 anos, o garoto se viu quase mil quilômetros longe de casa, sozinho em Lisboa, nas categorias de base do Sporting.
Começava ali a trajetória do atual melhor jogador do mundo, que nunca fugiu às batalhas para se tornar ídolo também no Manchester United (Inglaterra) e Real Madrid (Espanha). Quis o destino que a capital portuguesa fosse novamente palco de um dos momentos mais importantes da carreira de CR7.
O astro lidera o Real na final da Liga dos Campeões da Europa hoje, às 15h45 (de Brasília) contra o arquirrival Atlético de Madrid, no Estádio da Luz, território do Benfica. Se a sua estrela novamente brilhar, ele quebrará um jejum de 12 temporadas sem um título merengue na Champions, além de garantir a décima taça do tradicional clube.
Mais do que isso, a consagração de Cristiano Ronaldo, aos 29 anos, o credenciaria como personagem maior da Copa do Mundo do Brasil, desbancando Lionel Messi, em péssima fase. A Bola de Ouro da Fifa, conquistada em 2013, já havia colocado o português no centro das atenções.
“Fantasma” Messi
As exibições fantásticas de 2014 confirmaram o momento irretocável. Uma vitória pessoal de CR7, sempre comparado ao argentino Messi. Os dois jogadores se tornaram os grandes nomes desta geração de craques e protagonizam uma disputa bem particular.
“La Pulga” viveu anos de total hegemonia, o que abalou o atacante lusitano. O técnico da Seleção Brasileira, Luiz Felipe Scolari, que comandou Cristiano Ronaldo em Portugal, entre 2003 e 2008, já revelou o quanto o atleta do Real ficava chateado em não conseguir retornar ao topo do futebol. CR7 se cansou de escutar o comentário: “o azar dele foi ter jogado na mesma época do Messi”.
E, para os que duvidavam, Cristiano Ronaldo destituiu o reinado do hermano às vésperas do Mundial de 2014. O único porém é que, a não ser que o time do técnico Paulo Bento jogue o possível e o impossível, Portugal não estará no Maracanã, em 13 de julho, na final. “Não somos os favoritos, como Brasil, Argentina, Espanha e Alemanha. Mas podemos surpreender. Primeiro é passar bem no grupo, para mim, o mais difícil da Copa”, declara o craque. Os portugueses estão na Chave G, ao lado de Estados Unidos, Gana e Alemanha.
Nome da Champions
Antes do Mundial, tem a decisão da Liga dos Campeões, em Lisboa, hoje. Diante do “inimigo íntimo” Atlético, a torcida merengue confia em Cristiano Ronaldo, artilheiro da competição, com 16 gols em dez confrontos.
Nunca um jogador havia balançado as redes tantas vezes numa mesma edição da Champions. Desde o primeiro dia em que se chega a esse clube, sentimos essa pressão positiva para vencer a Liga. Sinto que agora estamos a um pequeno passo de o conseguir”, avisa um ansioso CR7 ao site da Uefa.
O fato de atuar dentro de casa também lhe motiva ainda mais. “Será um jogo especial. Vou atuar no meu país. Também e a minha primeira final com o Real, logo frente ao Atlético, um grande rival”, conclui o craque.