ZURIQUE (Suíça) - A eleição à presidência da Fifa irá ao segundo turno, depois que nenhum dos quatro candidatos obteve dois terços dos votos no primeiro turno, com Gianni Infantino recebendo 88 votos, contra 85 do xeque Salman, 27 do príncipe Ali e 7 de Jerome Champagne.
Com 207 federações votantes, eram necessários 138 votos para que um novo presidente fosse eleito no primeiro turno. No segundo turno, serão necessários 104 votos (maioria simples). Os quatro candidatos participarão da segunda votação, após o sul-africano Tokyo Sexwale se retirar da eleição antes do início da votação.
Sexwale, ex-militante contra o apartheid e companheiro de cela de Nelson Mandela, tinha poucas chances de ser eleito e se colocou "à disposição do futuro presidente".
Antes da primeira votação, cada candidato teve quinze minutos para discursar e apresentar propostas às federações nacionais.
Salman enfatizou sua experiência como presidente da Confederação Asiática de Futebol (AFC), que atravessava grave crise institucional quando o xeque assumiu o cargo, em 2013.
O camaronês Issa Hayatou, presidente interino da Fifa, foi responsável pelo discurso de abertura do Congresso, afirmando que "vivemos um novo capítulo e nos lançamos com determinação no caminho da mudança".
África deve definir eleição
O primeiro turno confirmou o status de favoritos do suíço Gianni Infantino e do xeque Salman que juntos praticamente dividiram 163 dos 207 votos.
Os dois principais candidatos podem contar com o apoio oficial de seus continentes, a Ásia (46 votos) para Salman e a Europa (53) para Infantino. A frent asiática, porém, foi enfraquecida com a proibição de voto das federações do Kuwait e da Indonésia, suspensas por irregularidades. Já a Austrália, membro da AFC, afirmou que votaria no príncipe Ali.
Os Estados Unidos fizeram o mesmo, enquanto o Canadá deu seu apoio a Infantino, que também conta com os votos da América do Sul (10) e Central (7). Os outros países do continente americano e da Oceania (11) não divulgaram suas intenções de voto.
Ao que tudo indica, quem deve decidir a eleição é o continente africano (54 votos), que oficialmente declarou apoio a Salman. Infantino, porém, tenta virar o jogo e, em seu discurso pré-voto, prometeu "redistribuir 25% das receitas da Fifa às federações" caso seja eleito, uma proposta que pode balançar as entidades africanas.
Pacote
Antes da votação para eleger o novo presidente, foi aprovado o pacote de reformas que vinha sendo estudado pela Fifa nos últimos meses para dar mais transparência à entidade e reformar sua forma de governo.
Os novos estatutos foram aprovados com 179 votos a favor, 22 contra e 6 abstenções.
As reformas limitarão os mandatos do presidente a 12 anos acumulados e controlarão de maneira mais rígida a integridade dos membros eleitos. Espera-se também uma maior transparência em relação à remuneração dos dirigentes da Fifa.